sexta-feira, 13 de março de 2015

DEPOIS DO FURACÃO

Soprou um vento brando
Levando consigo
A poeira deixada pelo furacão
Partículas de tantas coisas
Misturadas na areia fina
Indo embora...para longe
A brisa não move a folhagem
Sopra um carinho apenas
Enquanto inerte no chão
Os pássaros ainda cantam
E a vida continua intacta
Depois da tempestade
Crianças brincam e se divertem
Em meio a tanta confusão
Na vida virada do avesso
É a natureza se refazendo
No corpo e na alma da terra
Judiada e guerreira
É meu corpo despindo-se da alma
Purgando todos os seus pecados
Metaforizado numa poesia
O vento brando varre os vestígios
Como a querer deletar lembranças
Que ferem o corpo debilitado
É minha alma prisioneira
Como a querer romper cicatrizes
Em busca da porta de saída
De que nariz sou dona
Se do corpo ou da alma
Impossível saber
Talvez seja de um nada
E me perca num hiato
Vivendo sem nenhuma haste
Um terceiro ser inábil
Sem lugar certo nenhum
Esperando para nascer
Sentindo o carinho da brisa
Que sopra sem força nenhuma
Enquanto gesto inerte...
(Nane - 13/03/2015)






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