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segunda-feira, 23 de março de 2015
ACENO DO ADEUS
Caminho só
Sem o toque da sua mão
Segurando a minha
Trêmula
Mas não parei
É preciso seguir
Ainda que sem o esteio
Da sua mão
O caminho é turbulento
Cheio de pedras e espinhos
Mas caminho
Sem a sua mão
Não por querer
Mas por ser preciso
Caminhar até chegar
A hora de parar
A estrada é longa
Sem parada para o descanso
Mas agora estou calçada
E sigo andando só
Ainda sinto no tato
O calor da sua mão
Que se soltou da minha
Sem me avisar
Meus passos ainda trôpegos
Vão se firmando aos poucos
Nesse caminhar solitário
Mas preciso
Chegará o dia
Em que o meu caminhar
Não mais precisará
Da sua mão
Mas levarei comigo
A eterna gratidão
Do aprender a andar
Que começou com a sua mão
E passado todas as dores
Olharei o caminho percorrido
E acenarei com a minha mão
À sua mão deixada lá atrás...
(Nane-23/03/2015)
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