A arte de viver
Numa tela de Dalí
Onde o real é su
Sem mentiras e nem verdades
A arte de sorrir
Numa poesia de Dos Anjos
Onde o negro se faz branco
Num sentimento Augusto
A arte de cantar
O amor imorredouro
Disfarçado de mutante
Nos versos da beleza fundamental
A arte de chorar
Toda a dor que há no mundo
Quando no meu céu não brilha
A estrela que me guia
A arte de escrever
Todos os meus desassossegos
Nas entrelinhas do destino
Destilado no meu sangue
A arte do não saber
O que me vai pela cabeça
Enquanto escrevo o que sai
Sem perceber o que fica
A arte de existir
Quando já não mais importa
Viver só por viver
E continuar a escrever
A arte de preencher
De cores a tela em branco
No surrealismo delirante
De quem não precisa se fazer entender
A arte do arco-íris
Das sete cores e tons
Ironicamente perdido
No brilho do próprio ouro
A arte da mentira
Transformada em verdade
Pagando o preço inflacionado
De ser uma eterna ilusão
A arte de ser só arte
Quando se é vida
Sem nenhuma arte
Mas ainda surreal
(Nane- 14/03/2015)
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