segunda-feira, 23 de março de 2015

ÁRVORE



Mascaro a brandura
Na casca dura que me reveste
Por não saber me entregar
Por não querer me estragar

Cada escolha é minha
E a consequência também
O sorriso represa a lágrima
Que afoga sonhos natimortos

Quando ousei sonhar
Vi o pesadelo tomar forma
Recolhi meus sonhos
E me vesti de casca

Feito árvore cascuda
Que pinga seiva na ferida
Fincada por sobre raízes
Assumo escolhas

O fruto nem sempre é bom
E a semente nem sempre frutifica
Árvore exposta aos raios
Que a tempestade trás

Mascaro a madeira de lei
No coração forjado à canivete
Na casca grosa de um tronco
Carapaça dos meus anseios

(Nane-23/03/2015)


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