quinta-feira, 8 de abril de 2010

Sina de alguém do Bumba


O povo assiste aflito a desgraça no morro
Que do nada desceu e cobriu de chorume outro povo
No tempo de Moisés seria isso a praga
Que a natureza paga quem a apaga

Tanto sofrer tanto chorar
Tanta gente para enterrar
Ranger de dentes numa noite escura
E a tanta gente ainda se procura

A esperança de tantos rolou morro abaixo
E quem saiu com vida, está cabisbaixo
Sem casa, sem TV, sem net, sem mãe, sem filho, sem nada
Perdeu tudo, perdeu a sua amada

Agora, onde havia a sua casa
Só a imagem que à sua alma arrasa
Uma avenida de vala negra e sinistra
Que nome virá na sua lista...

A terra desceu no morro do Bumba
E a sua casa, para a família virou tumba
Onde estava você que saiu ileso
E agora carrega no peito esse peso

Onde vai dormir agora, que sua casa rolou
Parentes para te abraçar, nenhum ficou
O mundo contigo foi cruel
E mesmo assim agradece ter sobrevivido aos céus

Espera por corpos que não sabe se virão
Mas quer porque quer enterrá-los no chão
Depois vai embora sem olhar para trás
Tem uma nova vida para recomeçar, precisa de paz

Chora teus mortos até a última gota de tuas lágrimas
E não se envergonhe, pois que tudo isso te abalas
Depois levanta, se limpa da lama, e comece de novo
É tua sina dar início de novo a um povo...num novo morro

(Nane-08-04-2010)

Um comentário:

  1. poxa nane, muituuh triste esa tragédia, e nesse momentuuh ñ consiguuh fzr nada. a ñ ser reazar, orar e pedir a Deus q olhe por aqueles q fikram, e dar forças para q as pessoas os ajudem. c é linda viu.

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