A Fuga
Era a semana do Natal, quando o Lucas foi internado
no hospital com meningite, em decorrência da queda
na galeria...na tarde do dia 24 de dezembro de 1976,
Lívia estava reunida com os filhos (parte deles) na
sala e o Lélis disse a mãe: -Mãe. é a primeira vez
que passamos um Natal sem alguém da nossa família,
isso vai ser muito chato né...Lívia então respondeu
ao filho com todo o seu carinho:- Filho, seu irmão
precisa de cuidados médicos. A gente vai orar por
ele na hora da virada e ele há de estar aqui conosco,
na passagem do ano, tenha fé!...Lélis, como que pres-
sentindo algo falou: -Mãe, é que nunca nos separamos,
e eu nunca havia sentido tanto afalta do meu irmão...
Derrepente, a porta se abriu e Lucas surgiu faceiro
por ela! Espanto geral! Lívia não sabia se sorria ou
chorava, e levou um bom tempo para perguntar ao filho
como chegara até ali. Os irmãos correram para abraçar
o Lucas, que finalmente contou o que acontecera: -Mãe,
eles bobearam lá no isolamnto e eu fugi! -Meu filho!...
Lívia estava literalmente lívida! Eles virão te buscar
querido! Você não podia ter fugido...está doente! É pa-
ra o seu bem meu filho...- É, eu sei mãe...eu só queria
ver a senhora e os meus irmãos um pouquinho hoje...amanhã
será o Natal mãe...não briga comigo...Mal ele falou e a
sirene da ambulância lá fora se fez ouvir...levaram o Lu-
cas com as caras bastante amarradas, os enfermeiros.
Lívia e os outros filhos choraram...mas sabiam que ele es-
taria melhor no hospital.
O Natal, como era de se esperar, foi bem triste para os
Silveiras aquele ano. Lucas fazia muita falta! Mas uns três
dias depois, ele retornou a casa e dessa vez de alta médica!
Foi sem dúvida, uma das melhores passagens de ano da Família
Silveira, que não imaginavam o que o futuro e o ano que se
iniciava lhes traria....
(Nane-05/04/2010)
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