segunda-feira, 19 de abril de 2010

Holocausto


Chorar prá que
Porque
Se nada vale a pena
Se a alma é pequena
Se o mundo desaba
Nas costas larga
De quem aguenta
E não reclama
Da lama
Da vida amena
Sem vida na vida
Sem luz no fim do túnel
Que assaltam e te tomam o carro
Quando não te levam a vida
Que segue sem rumo
Sem prumo
Sem alvo
num parque sujo
Da periferia imunda
que pede soccorro
aos governantes corruptos
Que brindam a vida
Que levam de vento em popa
Como reis que são
De um povo que sofre
E tenta levar vantagem
Do pouco que podem
Ou que sabem poder
Que corrompe e é corrompido
Por todos os presentes
Num círculo viciante
De espectros da vida
Que pensam viver
E no fundo acabam
Simplesmente a morrer
Sem dignidade, sem nada
Apenas o podre poder
Que exalam da alma
Enxofres do limbo
Que seguem feito robôs
Em direção ao despenhadeiro
Que a vida lhes sugerem...

(Nane-19/04/2010)

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