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segunda-feira, 29 de dezembro de 2014
UM BRINDE
Bebo
Ao meu desalento
Ao meu desencanto
Ao meu destempero
Brindo
Ao meu pai que se foi
Ao irmão que se perdeu
E aos amantes de Baco
Embriago-me
De etílicas poesias
Nas noites vazias
Em que não quero dormir
Escuto
A voz da consciência
Gritando baixinho
Num debate infindo
Com a voz do capiroto
Choro
Em cada palavra
Arrancada de mim
Tentando virar poesia
Na minha heresia
Adormeço
Forçada pelas circunstâncias
Quando finda a cerveja
Adormecem as palavras
E eu...me calo
(Nane-29/12/2014)
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