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terça-feira, 23 de dezembro de 2014
POETA EM CHAMAS
Pouco me importa a exposição
Mostro sem reservas minhas vísceras
Sangrentas, apodrecidas ou à mostras
Prontas para fotografarem minhas feições
Ao inferno os pudores
Dos que passam maquiagem
São meras imagens bonitas
Nas fotos para a posteridade
Meus fantasmas e minhas rugas
Caminham em minha face
Fazendo dela, morada
Esculpida e escarrada
Sou branda, e sem espartilho
Respiro sem pressão
Mas se me tiram o ar
Explodem todas as minhas vísceras
Quanto mais eu "causo"
Melhor me sinto
Quanto mais entendem
Mais vomito
Tenho as unhas dos pés encravadas
E quando pisam nelas...esparramo
Doem dentro dos sapatos
Resta-me rugir...feito fera (ferida)
(Nane-23/12/2014)
*Imagem e título gentilmente cedido(?) pelo
meu amigo querido Antenor Emerich.
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