sexta-feira, 26 de dezembro de 2014

DA JANELA




As luzes da cidade, quase todas já se apagaram
Restaram os postes e os neons dos edifícios
Os bêbados e os vagabundos proliferam
Pelas esquinas fedidas da periferia

Os poetas sonham seus sonhos palavriados
Em delírios e devaneios ensandecidos
Entre um cigarro e uma cerveja (já quente)
Na mesa de um bar qualquer

A lua, nova e afogueada
Clareia as ruas vazias
E as ideias que parecem vagar
Em quimeras e ilusões

Da janela observo a vida na madrugada
Tão bem mais calma, sem alardes
Amores e amigos passeiam e se despedem
Enquanto eu...apenas observo

O frescor da noite é generoso
Atiça os desejos dos cães e gatos vadios
Que transitam em meio as poucas pessoas
E transam sem nenhum preconceito

Altas horas da madrugada
Sem mais viva vida nos arredores
Só Pearl Jam ( Vedder)solta seu vozeirão baixinho
Perguntando: -Por que não no meu céu...

(Nane-26/12/2014)


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