sexta-feira, 12 de dezembro de 2014

Minha vizinha



Cada suspiro meu
Leva consigo
Em nuvens criadas
A saudade

O peito infla feito balão
E os olhos transbordam
Sem que eu possa deter
O sentimento dolorido

A porta aberta pela manhã
A ausência da tua presença 
O grito do teu nome estancado
Está vazio o teu lugar

O som da vassoura no quintal
Varrendo as folhas da aceroleira
Que também já não existe mais
Cantam nas minhas manhãs

Ah...o quanto tu falavas
E agora emudeceu
Teu olhar por último, já te silenciava
Na tristeza de alguma (instintiva) certeza

Uma "bola" comprime a respiração
Feito um pênalti decisivo
O peito parece querer explodir
Mas a dor...precisa implodir

Sopro o ar que me oprime
Ofega a respiração
Contraio sem querer a musculatura
Doi demais o coração

Fecho a porta da cozinha
Já não grito o teu nome
Não és mais minha vizinha
Por enquanto...

(Nane-12/12/2014)


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