sábado, 3 de setembro de 2011

Central do Brasil

Seis e meia da manhã
Empurrada por um turbilhão
Que corre apressado
Em direção à um relógio
De ponto que o espera
Atravesso a Central
Barulhenta e entupida
O helicópero lá em cima
Coordena o trânsito na Avenida
Gente que vai e vem
Um café apressado no balcão
A voz no microfone anunciando
A próxima partida do trem
Um lunático que diz ser o salvador
O cheiro do pão na chapa
Do pastel engordurado
Tem recarga de celular
Nas placas fantasiadas de gente
O trem apita e avisa
Vai partir pra Japeri
Mas a massa está chegando
Desembarcando
É mais um dia na metrópole
Que começa e impulsiona
A turba enlouquecida que caminha
E se afunila na saída
Da Central mais concorrida
Onde todos passam aflitos
Sem sequer perceberem
Que o outro também está passando
Tanta gente, tantos destinos
Empurra, empurra, sai da frente
Um bom dia, nem pensar
Preciso ir trabalhar...

(Nane-03/09/2011)


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