sábado, 17 de agosto de 2013

Um brinde

Brindo à mim
E a cada dia de meus dias
Desde o instante primeiro
Quando soltei o brado
Por ser expelida sem pedir
Das entranhas de minha mãe

Brindo aos belos dias
Em que acreditei na felicidade
Por ser só uma criança
De mãos dadas com a esperança
Mesmo quando a adversidade
Me agasalhava e sufocava

Brindo à minha mocidade
Quando ingenuamente acreditava
Em utopias e quimeras
E cavalgava segura
Na sela do Rocinante
Resoluta e de lança em punho

Brindo à minha madureza
Por não ter ao que brindar
Brindando só por brindar
E pelo motivo de justificar
O que tenho que tomar

Brindo enfim
Ao fechamento da cortina
Quando o show terminar
E meus olhos se fecharem
Sem nada mais o que brindar
Além do meu próprio fim

(Nane - 17/08/2013)


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