Essa mutação
Tão louca
Exigindo de mim
Coisas que não sou
Me deixando aturdida
Perdida
Essa sensação
De estranha no ninho
Perdida no mundo
Quimera vencida
De medusa enforcada
Caída
Esse espaço tão grande
Comprimindo e dilacerando
Rasgando sem piedade
O peito frontal
Morada do órgão
Pulsante e sangrento
Bomba que impulsiona
O leito da vida
Artérias entupidas
Por fumaças e cervejas
Cavando a cova
De poeta depressivo
É só utopia
Barata e sem rima
De quem faz da poesia
Arrimo de vida
(Nane - 13/08/2013)
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