segunda-feira, 22 de abril de 2013

Tempo perdido

Tal qual Carolina, debruçou-se na janela
Enquanto o tempo, resoluto, fazia o seu papel
E passava por ela sem empáfia.
Ela o olhava, admirada...
Corriam crianças, que voltavam adultas
Corriam adultos, que nem sempre voltavam
Corriam meninas, que voltavam mães
Corriam meninos, que voltavam pais
Corria o tempo em forma de vento
Varrendo a poeira e levando tudo
Segundos, minutos, horas e dias
Mas ela, permanecia ali, debruçada na janela
Sem ter para onde ir...
Lá vem alguém correndo
Ela fixa o olhar
Não consegue ver quem é
Seus olhos estão cansados
Os braços com marcas de calos
Apanha seus óculos
E volta a olhar a silhueta a se aproximar
Agora sim, reconhece "seu Zé"
Vendendo tapioca
O viu menino um dia...
Responde ao cumprimento
E volta a esperar...
O tempo, resoluto e implacável
Segue seu rumo
Enquanto ela aguarda
Debruçada na janela
Sua vez de passar...

(Nane-22/04/2013)

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