Nas brumas do campo
O sol, como num estupro
Força a passagem e pinta de luzes
Coloridas
A relva ainda molhada
Pelo sereno da madrugada...
Rompe o silêncio a passarada
Em gorjeios estridentes
E debandadas confusas e assimétricas
Mas com a exatidão da direção
Que só eles compreendem...
Respira o ar puro e ainda fri
E tonteia o pulmão acostumado
Ao ar rarefeito da cidade
De concreto armado e acinzentado...
O campo de tantas belezas
Se revela aos olhos cansados
Que vertem do seu leito
Lágrimas de emoção
Misturadas às outras águas
Do riacho que corre sem pressa...
E as flores do campo
Semeadas pelo amor
Dos pássaros cantores
Perfumam e enfeitam
O deslumbrante cenário
Da vida simples...
(Nane-26/04/2013)
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