Laceram-me as carnes
Apodrecidas e fétidas
Provoco náuseas
Em quem ousa se aproximar
Vomito sangue enegrecido
Choco olhares estupefatos
Piedade, nojo, não sei dizer
Vermes fervilham e se multiplicam
Em cavernas no meu corpo
Esquálido e imundo
Não clamo por nada, nem por ninguém
Meu destino, fui eu quem fiz
Os vermes me sustentam o esqueleto
Me permitem andar ainda
Sem de muletas precisar
Nada tenho a reclamar
Minha sorte, minha morte, minha vida
Está tudo em seu lugar
Fui eu quem plantou as sementes
É justo a colheita, sem flores
É justo os olhares...de ascos, repugnâncias
Não rogo companhia, não rogo nada
Bastam os vermes
Que laceram-me as carnes...
Apodrecidas
(Nane-22/04/2013)
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