sábado, 27 de abril de 2013

A dama da noite

Não sou flor que se cheire
E nunca quis o ser
A dama da noite é enjoativa
Com sua falsa alvura
Inebria e embriaga com seu cheiro
Prefiro ser cacto inodoro
Com seus espinhos e rubor

Gosto da noite e seus mistérios
Que encantam nas vielas e becos
Sem a certeza de encontros ou fugas
Fugazes ou intensos
Sem saber se é medo...ou tesão

Não faço questão do dia
Poderia dormi-lo inteiro
Mas o vil metal desperta meus sentidos
Que se unem à sociedade vã
Em busca da sobrevivência
No circo capitalista sem ribalta

Não sou flor que se cheire
Embora cheire o cheiro da flor
Que inebria e embriaga
Simplesmente por germinar
No mesmo espaço meu

(Nane-27/04/2013)

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