A vida não me surpreendeu
Desde pequenina eu já sabia
O fardo que carregaria
Maldita seja a minha fraqueza
Essa sim me pegou de calças curtas
Não esperava vacilar
Achei que aguentaria a minha cruz
Hoje me arrasto
E já nem sei se sou eu quem a carrega
Ou se é ela que me sustenta (de pé)
Jogo nas palavras meus lamentos
Entupo os olhos de quem os lê
Mas de nada me arrependo
É assim que tem que ser
Faço o que posso
O que não posso, vou empurrando
Até o dia em que surto
E minha alma veste luto
Rasgo meu verbo pobre e já quase senil
Em frases desconexas e vis
Rasgo como se rasgasse minhas entranhas
Já fétidas e apodrecidas
A vida não me surpreendeu
(Nane-30/04/2013)
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