segunda-feira, 29 de abril de 2013

Escarros

Verbalizei meus fantasmas
Cuspi-os com o sangue talhado
Que sufocava a respiração
Sujando o oxigênio da mente

Verbalizei com violência
Expulsando e atirando
Fantasmas para todos os lados
Assustando e assustada
Com suas formas feias e hostis

Verbalizei num momento de explosão
Para não implodir
Foi mero instinto de sobrevivência
De humano desumanizado
Num grito por socorro
Ecoando aos quatro ventos

Ouviu quem não queria
Ouviu quem não devia
Os fantasmas expelidos
Estão no ar
Sujos, ensanguentados, nojentos
Não houve alívio
Nem meu, nem deles
Que insistem em voltar
Para me assombrar

(Nane-29/04/2013)

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