segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Saudades de outrora


Nos seus olhos quase cegos ela vê
Seu passado lá atrás
Tenta em vão voltar num tempo
Em que os filhos grudavam em sua saia
Dois deles já se foram
E ela teme ir mais um..
Ouve nitidamente seu próprio grito
Chamando a tropa para o almoço
Que por ela, um dia foi servido
O tempo é cruel
E fez dela dependente
Agora já não anda mais sozinha
Mas seu pensamento está sempre a voar
Vê seu jardim sempre florido
A mão suja de terra por ela revolvida
Colhendo verduras que plantou
Sem perceber que esse tempo...acabou
De volta, os olhos na TV
Ela cai na sua agora realidade
E profundamente, suspira de saudades...

(Nane-28/12/2010)

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