terça-feira, 2 de janeiro de 2018

COLAPSO

Do certo e do errado nada sei
Efemeridades contidas em certezas
Que se diluem e se transformam
De acordo com o momento

Meu certo de ontem
Tornou-se errado hoje
Sem que eu nada pudesse fazer
Ou nem mesmo interferir

Dois mais dois são quatro
Mas é o cinco que tira a prova do real
Jogando ao chão todo o concreto
Expondo as vísceras do abstrato

Vem os vermes corroerem
Todas as certezas infames
Virando do avesso as massas cinzentas
Recriando o absoluto

Para tudo mudar no dia seguinte
Numa salada de opiniões
Nômades e sem direção
Ao sabor do vento

O certo e o errado se misturam
E se torcidos expelem um mesmo caldo
Em tênues diferenças
Processadas que acabam sendo digeridas (juntas)

Meu certo errou
No errado do meu acerto
Minhas contas não bateram
A soma virou subtração

De tudo isso, só o que eu sei
É que o certo e o errado são juízes
Enraizados em meus neurônios
Que em curto-circuito desandou

(Nane-02/01/2017)


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