Quantas vidas mais
Teremos que viver
Para enfim aprender
Que precisamos conviver
Sentimentos tão confusos
Revolvendo e revirando
Ao avesso nossas incertezas
De certezas absolutas
Instantes tão perenes
Que não nos damos contas
Marcados pela ausência
Quando não podem mais serem mudados
Palavras que ficam no ar
À perturbar o inconsciente
Ditas num preâmbulo
Das páginas de nossas vidas
O que se foi, não volta mais
O que foi dito, não se apaga mais
O que foi ouvido, insiste num eco
E o que foi sentido, deixa marcas
A moeda tem dois lados
Mas insistimos em ver um só
O que eu ouvi, o que falei e o que senti
Sem perceber o seu reverso
Essa sensação absurda
De tantas palavras não ditas
Sufocando o ar contido
Por nunca ter acreditado
Parece uma obrigação
De encontrar um culpado
Nessa loucura que é conviver
Na farsa do nosso sobreviver
Complicamos nossas vidas
Rebuscamos nossa história
Sem percebermos que a verdade
É a maior de toda a simplicidade
A corda esticada
Sem nenhum lado ceder
Um dia arrebenta
E agente cai no precipício
O medo e a desconfiança
Supera a segurança
Quantas vidas mais
Teremos que viver...
(Nane-16/01/2018)
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