Hoje não quero escrever
Só recordar
Tudo o que escrevi
Sem de nada me lembrar
São versos esquecidos
De quem nem mais existe
Lembranças já distorcidas
Histórias já passadas
Viajando pelo tempo
Releio e relembro
De rabiscos inconsequentes
Ladrões de lágrimas já secadas
O tempo, esse ladino
Sempre pronto a me enganar
Senhor absoluto do destino
Parece gargalhar
Se de mim ou para mim
Não sei informar
E se as vezes acho que é o fim
Ele vem me tranquilizar
Meus escritos me condenam
Por vezes a sorrir
Por outras a chorar
Melhor agora é copiar
Não quero pensar
No que escreveria
Afinal minha poesia
Está sempre a me entregar
Deixa essa porra para lá
Deixa à vida eu me entregar
O que tiver que ser, será
Quanto ao resto...que se dane
(Nane-18/01/2018)
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