Da chuva que cai lá fora
Só ouço o barulho aconchegante
Aqui dentro o frio não chegou
Ao contrário, está calor
Nessa noite escura e sem luar
Resta apenas escutar
O ritmo que as gotas impõem
Enquanto estão à molhar
Silenciam todos os ladrar
Dos cães vadios à se acabrunhar
Pelas vielas da cidade adormecida
Nas vésperas dos fogos pipocar
Hoje é só silêncio
Nessa noite de chuva intermitente
Prenunciando o barulho festivo
De uma noite de quimeras
Pobres cães vadios
Desabalando-se em correrias
Sem noção nenhuma de direção
Nos festejos da ilusão
Durmam em paz nessa noite
No silêncio dessa madrugada
Em que nada se festeja
E a chuva cai bem ritmada
O amanhã há de os apavorar
Enquanto os homens irão brindar
À algo que não irá chegar
Mas que eles hão de acreditar
Durmam em paz, cães vadios
Nessa noite sem lua
Que Deus os protejam no amanhã
Ao se perderem no meio da rua
(Nane-31/12/2017)
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