E quem disse que não há beleza na tristeza
Se é dela que se alimenta a poesia
A música, a opera, uma tela, toda a arte
Às vezes disfarçada de alegria
O que seria do poeta e sua poesia
Sem a sua (característica) melancolia
Ordenada em doridas rimas
Sua matéria-prima
Além de todo o horizonte
Busca o poeta sua fonte
De sonhos, quimeras e utopias
Ingredientes para a sua poesia
Divaga na penumbra de seus pensamentos
Formados de meras fantasias
Por ele imaginado e vivido
Na solitude com mais ninguém dividido
Efêmeras doses de prazer
Contrastando com sua realidade
Seca, cruel e desumana
Desprovida de todo e qualquer viver
Sofre e chora o poeta
Enquanto rabisca seus amores
Quase sempre inventados
Ou afogados no mar de suas dores
Há sim uma beleza na tristeza
De quem se debulha na escrita
Revelando só para si as lágrimas
Autora das maiorias de todas as poesias
Deixa então que os versos meus
Fluam por entre paralelas
Nos caminhos da tristeza e da alegria
Do poeta e da poesia
(Nane-12/01/2018)
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