sexta-feira, 12 de janeiro de 2018

A BELEZA DA TRISTEZA

E quem  disse  que não  há  beleza na tristeza
Se é  dela que se alimenta a poesia
A música, a opera, uma tela, toda a arte
Às  vezes disfarçada  de alegria

O que seria do poeta e sua poesia
Sem a sua (característica) melancolia
Ordenada em doridas rimas
Sua matéria-prima

Além  de todo o horizonte
Busca o poeta sua fonte
De sonhos, quimeras e utopias
Ingredientes para a sua poesia

Divaga na penumbra de seus pensamentos
Formados de meras fantasias
Por ele imaginado e vivido
Na solitude com mais ninguém  dividido

Efêmeras doses de prazer
Contrastando com sua realidade
Seca, cruel  e desumana
Desprovida de todo e qualquer  viver

Sofre e chora o poeta
Enquanto rabisca seus amores
Quase sempre inventados
Ou afogados no mar de suas dores

Há  sim uma beleza na tristeza
De quem se debulha na escrita
Revelando só  para si as lágrimas
Autora das maiorias de todas as poesias

Deixa então  que os versos meus
Fluam por entre paralelas
Nos caminhos da tristeza e da alegria
Do poeta e da poesia

(Nane-12/01/2018)



Nenhum comentário:

Postar um comentário