A quem possa interessar
Pouco tenho a mostrar
Além do carbono amassado
Com o reboco do que fui e ainda sou
Olha com desdém a minha história
Sorria da pieguice que me estampa
O tempo, esse velho camarada
Há de sorrir quando a tua hora for chegada
Ele passa sem se preocupar
Com a geração apta a estar
Filho de uma boa mãe
Sem noção do estrago a causar
Inimiga do espelho, eu evito
O reflexo bandido que me instiga
Vivo das lembranças estigmatizadas
Do tempo em que eu era apenas eu
Melhor idade é o cacete
Meu corpo não obedece ao meu cérebro
Prisioneira dos meus próprios limites
Reverencio o vigor da juventude
Esses felizes idiotas
Que se acham os donos do mundo
Como fui eu mesma um dia
E hoje, sigo à revelia
Sorrio da imbecilidade
Ao pensar que era eu a própria realidade
Esses moços, pobres moços
Nunca saberão o que é a verdade
Então me pergunto
Essa é a vida que temos para viver
Então, as vezes escuto
Não sei, deixa acontecer...
(Nane-31/01/2018)
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