quinta-feira, 4 de julho de 2013

Uma crônica

E ela me olhava de uma forma até mesmo constrangedora
Era como se dissesse: _ Olha pra mim, estou
aqui ao seu lado e preciso de você.
Eu, em meio a pensamentos sempre tão constantes, preocupada
com sentimentos doloridos, perdidos...frustrações pessoais, 
profissionais e tantos outros ais, simplesmente ignorava sua presença.
A tristeza estava estampada em seus olhos em forma de decepção.
Onde será que está a filha que um dia jurou me cuidar? O que será
que eu fiz para ser tão desprezada assim? Melhor me calar, não falar muito
para não irritá-la mais.
Eram essas as palavras que seus olhos me falavam, cada vez que me olhavam
com aquela tristeza profunda.
E eu tentava...mas a minha tristeza (também profunda) me empurrava para a 
aspereza e quando eu percebia, já tinha soltado os cachorros de novo em 
cima dela. No fundo a culpava pela minha inanição. Precisava de um culpado
para os meus fracassos, e era arrogante demais para assumi-los.
Éramos só eu e ela, natural que conversássemos mais. Mas eu, taciturna, só
queria escrever, escrever, e escrever...enquanto ela, silenciosa, assistia a
televisão sem nada entender.
E o tempo passando...passando...e nós duas nos perdendo.

(Nane-04/07/2013)

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