segunda-feira, 15 de julho de 2013

Entrelinhas

Te falo nas entrelinhas
O tempo todo
Do meu amor

E por falar assim
Talvez tente te ouvir
Também nas entrelinhas

Mas não sou poliglota
E você fala outro idioma
Que por mais que eu tente
Não consigo entender

Penso às vezes
Ser para mim
Mas quebro a cara
Nunca é

E quando é
Não gosto da tradução

Te falo nas entrelinhas
É verdade
Mas tão claro
Quanto um dia de sol

Tento ter o tal "altruísmo"
Difícil demais

Não falo de morte
Mas de minha subjetividade
Morrendo em ti
Quando não mais me quiseres

Te falo da minha surrealidade
Que de tão intensa
E insana
Te faz achar
Que não é verdade

Não tenho ponto
Vírgula
Interrogação
Exclamação

A minha relação
Em relação a ti
Vive eternamente
De reticências...

E embora
Um tanto abstrato
O que de mais concreto
Pode existir
É o louco amor
Que trago no peito
Absorto e absurdo

Não sei ler suas entrelinhas
Mas nas minhas
Só seu nome 
Está escrito

Até quando
Ou enquanto
Existir o amor
E eu...

(Nane* 02/2012)

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