Te falo nas entrelinhas
O tempo todo
Do meu amor
E por falar assim
Talvez tente te ouvir
Também nas entrelinhas
Mas não sou poliglota
E você fala outro idioma
Que por mais que eu tente
Não consigo entender
Penso às vezes
Ser para mim
Mas quebro a cara
Nunca é
E quando é
Não gosto da tradução
Te falo nas entrelinhas
É verdade
Mas tão claro
Quanto um dia de sol
Tento ter o tal "altruísmo"
Difícil demais
Não falo de morte
Mas de minha subjetividade
Morrendo em ti
Quando não mais me quiseres
Te falo da minha surrealidade
Que de tão intensa
E insana
Te faz achar
Que não é verdade
Não tenho ponto
Vírgula
Interrogação
Exclamação
A minha relação
Em relação a ti
Vive eternamente
De reticências...
E embora
Um tanto abstrato
O que de mais concreto
Pode existir
É o louco amor
Que trago no peito
Absorto e absurdo
Não sei ler suas entrelinhas
Mas nas minhas
Só seu nome
Está escrito
Até quando
Ou enquanto
Existir o amor
E eu...
(Nane* 02/2012)
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