O que queres ver de mim?
Os restos que sobraram?
Venha...mergulhe no meu ser.
Não, não se preocupe,
não irás se molhar no sangue
que jorra das feridas abertas,
fétidas e já indolores.
São metáforas de mim
de como em frangalhos
me sinto.
Mas venhas me olhar...
a porta está aberta.
Vês essa massa ensanguentada
que teima em pulsar?
Foi o que restou do outrora coração
que infantilmente ousou bater por ti.
Tal qual Prometeu,
meu órgão foi exposto
à voracidade da ave de rapina
que o devora a todo instante
sem nenhum descanso.
Venha...
veja o estrago que causastes
no peito desvalido
e de amores por ti, perdido.
Culpa?
Não. Não tens nenhuma.
Se sou massa ensanguentada
Na metáfora criada,
a culpa é minha e de mais ninguém...
(Nane - 10/07/2013)
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