quarta-feira, 17 de julho de 2013

Duas faces

Olho o semblante de meu irmão
Tão desgastado...
Por onde andará o menino
Com quem brinquei...
Seus cabelos esbranquiçados
Sua face enrugada
Seus traços alcoolizados...
Onde estará o menino
Que um dia foi meu amigo...
Quantas estripolias fizemos
Quando andávamos descalços
Pelas ruas da nossa infância...
As árvores em que subíamos
As bicicletas que andávamos
Os carrinhos de rolimãns...
Hoje a face do meu irmão
Em nada lembra o menino
Que um dia foi meu companheiro...
O espelho me diz
Que eu e ele envelhecemos
Imagino que ele também
Procure em meu semblante
A menina da sua infância
Na face enrugada e tristonha
Dessa que o olha sem o reconhecer...

(Nane - 17/07/2013)

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