sexta-feira, 31 de maio de 2013

Poesia calada

Virás me abraçar
Inevitavelmente, virás

Talvez seja na noite
Ou mesmo no dia
Mas ainda que sem aviso
Chegarás 
E me tomarás em teus braços
Num aconchego fatal
Sem lástimas ou soluços
Deixando fluir apenas
Uma lágrima sorriso
Do partir silencioso

Virás resoluta
Sabendo me encontrar
E para onde levar
Toda a poesia calada
Que de mim não saiu
As palavras guardadas

As tantas que fiz
Ressoarão no ar
E se perpetuarão
Nos olhos que as lerem
Quando mais não me virem
No abraço que virá

Serei então eu
A poesia calada
Por vezes declamada
Certa da hora chegada
De noite ou de dia

(Nane-31/05/2013)

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