quarta-feira, 15 de maio de 2013

A minha casa não é minha
Dentro dela mora um monstro
Pronto para explodir
E dilacerar seus alicerces
Sustentados por areia
Sem visgo nenhum

Não me atenho a ela
Não me atenho a nada
Sou efêmera gente
Com destino traçado
Em outra história
À ser contada ou gravada
Além dessas paredes
Sem vigas

Sou da terra
Mas não tenho terra nenhuma
Consumos trocados e deturpados
Pois que ela vai me traçar
E me transformar
Em adubo pobre de alguma coisa
Pronta a ser consumida
E daqui...sumir

Minha casa não é minha
Só a soberba me pertence
Por me achar proprietária
Desse ou de qualquer lugar
Que (penso) o vil metal
Possa pagar

E encrustados em mim
Os vermes zombam e sorriem
Sabendo serem donos de mim
Quando chegar, enfim
O dito fim...

(Nane-15/05/2013)





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