O vento levou a chuva embora
Secaram todas as flores
Morreram sem seiva, sem água
Não vão florir mais
Sementes ficaram por sobre a terra
Mas tórridas, sem vigor
Talvez não brotem jamais
A cruz é de madeira
Madeira de lei
Lei dos fortes
Carrega a tua cruz
Quem tem os ombros largos
Arrio a minha aqui
Ninguém pode ajudar
Pedir perdão a quem
Se a culpa trouxe de longe
Lá dos confins do inferno
De onde saí para melhorar
Mas a luz cegou meus olhos
Não preciso de perdão
Volto outra vez
Quando a força me abraçar
A semente podre não vai germinar
Meu filho, não te pari
Sementes são genéticas
Sem chuvas elas morrem
E mesmo a flor do cactus
Morre ressecada e quebradiça
Sem deixar sementes
Hoje não tem sol
Só o eclipse da escuridão
O frio não pede blusa
A dor não tem remédio
A alma vaga na penumbra
Do corpo que serve de prisão
Não vou pedir perdão
Só quero abrir a porta
Só quero abrir a porta...
(Nane-04/05/2013)
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