Mergulho
No mais profundo dos mares
Sondando o insondável escuro
Cintilado em repentes
De platelmintos multiformes
O ar é escasso
Não divido com mais ninguém
É o suficiente
Para o mergulho solitário
Nas profundezas
Pouca coisa vejo
Muita coisa sinto
Pressão, tontura, força
Salgada a água
Quente e fria
Vazia, sem mais ninguém
Mergulho, sozinha
Mais e mais profundo
Tudo tão óbvio e constante
Mas esse escuro sem som
O medo não se faz presente
Partiu de mãos dadas com a criança
Nada significa tudo
No escuro desse mar revolto
Que mergulho em busca de resolução
Sem muito ar, sem luz nenhuma
Perguntas demais
Respostas de menos
Me deixo levar
Ao sabor do mar (escuro)
À deriva
Sem pressa
Sem medo de naufragar
Nas profundezas de mim
(Nane-31/05/2013)
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