sábado, 30 de junho de 2012

Surtada



O cansaço bateu
As dores não doem mais
A rotina consumiu
Meus planos e sonhos
Deixei me abater
Me falta forças
Não sei o que fazer
Eu quero ir
Mas tenho que ficar
Cumprir minha sina
Não quero chegar
Ao cume do surto
Preciso continuar
E conseguir terminar
A missão que me foi dada
Talvez encomendada
Por mim, escolhida
A cruz está pesada
Eu ando arrastada
Ingrata e sem graça
Com o peso da culpa
Nos ombros jogada
Falhar no final
Entregar os pontos
Sair de cena
Jogar a toalha
O cansaço bateu
Antes do apito final


(Elian-30/06/2012)

Olhos da alma



Seus olhos me olham
Me deixam aflita
Por não saber desviar
Esse olhar que me domina


Sua boca me fala
Palavras que não diz
Eu entendo tudo errado
Só o que eu quero ouvir


Seus braços me abraçam
E me fazem fazer existir
Os mesmos que me empurram
Me mandando desistir


Seu corpo é meu templo
De ideias profanas
Que me faz arder em brasas
E depois as apaga


Mas sua alma...
Essa nem mesmo você
Sabe entender
O porque de também me querer


(Elian-30/06/2012)

Vale das sombras



Vales profundos
Não valem minha paz
Mas levam a vela
Pros vales em leva
No vale de sombras
Não há quem cale
Escondem num chale
O rosto sem talhe
De corpos no calhe
Que o vale acolhe
Das tumbas fechadas
Onde almas penadas
Foram despojadas
Das vidas encarnadas
E vagueiam suplicantes
Nos vales sem velas
Procurando orações
Para aliviar seus corações
E poderem formar
Novas gerações
De vidas encarnadas
E menos atormentadas
Numa nova jornada...


(Elian-30/06/2012)

A força das palavras

Na força das palavras
O tornado se forma
E varre a alma
Flambando o coração
No fogo da desilusão...
Na intensidade do furacão
Que não se deixa domar
A causa da devastação
Faz da alma rebentação...
Palavras que cortam
Feito fio de navalha
Torturando sem dó
O corpo esquálido
Que contra os rochedos
Vai moldando e criando
Na violência da tempestade
Acomodação
Para a sua própria proteção...
Palavras que queimam
Dizimam e ferem
Levando ao inferno
A dona da alma
Que no corpo...vagueia


(Elian-30/06/2012)






sexta-feira, 29 de junho de 2012

Massa vermelha



Bate no peito a solidão
Que enche de vazio a morada
Do órgão batedor
Estúpido.


Esmago nas mãos ensanguentadas
A vermelha massa pulsante
Querendo que ele pare
Mas o desgraçado pula e pulsa


Bate imbecil
Ainda não se fez hora
De calar a sua boca


(Elian-29/06/2012)

Silencio



Silencio...
Aprendi que o silêncio é revelador
E grita mais que mil palavras.
Silencio...
No silêncio que me reservastes
E portanto, me ensinastes
Silencio...
Nas noites desacompanhada
Que em vão te esperei
Silencio...
Nos restos dos meus sonhos
Que não querem mais sonhar
Silencio...
Na renúncia da minha alma
Que por ora, cansou de lutar
Silencio...
No afã do meu corpo
Noutros afãs, absorto
Silencio...
No drama Shakespereano
Que a poesia me propicia
Silencio...
No findar da minha esperança
E no acordar de não mais ser criança
Silencio...
Nas brumas da madrugada
Fria, vazia e parada
Silencio...
No seu olhar frio
Que vai me matar de hipotermia
Silencio 
Na sua intensidade
Que é o que te basta de verdade
Silencio...
No seu poder de persuasão
E na minha pronta submissão
Silencio...
Na minha determinação
De mudar minha configuração
Silencio...
No meu grito desesperado
De te fazer...passado
Silencio...


(Elian-29/06/2012)


Parabéns Elys

Hoje o dia é especial
A moça que encanta
Aniversaria e contagia
Os amigos, a família, o amor
Com seu jeito encantador...


Ela que vem todo dia
Com mensagens nos dar bom dia
Trazer-nos com alegria
Um alento em seu olhar atento
hoje te faço poesia
E rabisco toda a sua magia...


Te desejo não só nesse dia
Mas em toda a sua vida
Doce menina Elys
Que teus dias te façam feliz!
Paz, e muita saúde!!!


(Elian-29/06/2012)



50 anos de magia



Mulher de tantas fazes
Mulher de um rosto só
Se anjo ou demônio
Se adulta ou criança
Se maga ou aprendiz
Importa é te saber feliz!


Mulher felina
Sensual e linda
Que faz da memória
Companheira fiel
Se deixando conduzir
Por seus instintos
Sem medo de errar


Mulher amiga
Mãe e filha
Amante e companheira
De quem a conquistar
Embora seja ela
Autora própria do seu destino
Senhora do seu raciocínio


Cláudia, Clau, Clauzinha (com Z)
50 anos de pura paixão
Por si, por todos, por nós
Presente que só quem tem
Pode entender o seu valor


E te descrevo num paralelo
Cláudia Vasconcellos
Esse indomável Ser doce
Doce Ser indomável


(Elian-29/06/2012)


quinta-feira, 28 de junho de 2012

Desencanto



Eu nunca duvidei do meu amor
E sei que ele vai comigo
Para bem além daqui
Já do teu...
Talvez paixão
Ou só tesão
Quem sabe um carinho
Que a convivência criou
Mas amor...não é não
Você amou ou ama
A imagem que te passei
Mas que o tempo te fez ver
Que ela era falsa
O meu interior quebrou o seu encanto
Restou o carinho
A amizade...o costume
Mas o amor...esse desencantou
Já sofri e esperneei
Agora, chorar nem sei
Eu também me acostumei
A ter só o seu carinho
O meu amor é verdadeiro
O seu queria ser
Mas não resistiu
É compreensível
Deixa que o tempo vai cuidar
Não quero te prender
Tem dias que o meu orgulho
Bate na minha cara
E diz olho no olho
Que você vai embora
E eu vou te deixar partir


(Elian-28/06/2012)

Barquinho de papel

Fiz um barquinho de papel
e dentro dele embarquei
na minha imaginação...
Lancei-o no mar da ilusão
e deixei seguir a embarcação...
Naveguei por águas brandas
Aportei em corações
Que arrebentaram minha âncora
E me deixaram à deriva
Naveguei por águas bravias
De tormentas e ventanias
Que me ensinaram a ficar alerta
E a navegar no rumo certo
Fiz do sol meu companheiro
Nos dias de solidão
E da lua minha musa
Nas noites de inspiração
As estrelas me guiaram
Rumo ao horizonte
Que lá na frente não passa
De uma tênue linha bem traçada
Balanço pra lá e pra cá
Dia e noite, noite e dia
E no meu barquinho de papel
Navego na imensidão
Da minha imaginação
Sem medo de cair
E naufragar...


(Elian-28/06/2012)

O sentido



Cresço a cada dia
Embora o tempo
Já me faça diminuir
Cresço na minha mente
Que aprende e evolui
Diminuo no corpo
Que o tempo cruel
Faz arquear todo dia um pouco
Mas cresço enquanto vivo
Aprendendo com meus erros
E errando em meus acertos
É o sentido que encontrei
Vivo enquanto aprendo
E aprendo enquanto vivo
E mesmo diminuta
Continuo à crescer
Se eu parar de aprender
Por certo vou morrer...


(Elian-28/06/2012)

Coisas de criança



Eu não tinha uma bola de couro
então jogava com uma 
de meias e jornal
Sonhava com uma bicicleta só minha
mas dividi a minha 
com uma penca de irmãos
Queria um quarto de princesa
e dormia na mesma cama com a irmã
Eu nem imaginava que havia outro país
minha rua era o meu mundo
Não sabia o que era caviar
mas só comia arroz com feijão
Uma festa de aniversário, 
como eu queria...
mas só tinha um bolo de fubá
Nem de ônibus eu andava
as moedinhas nunca dava
a gente ia era à pé
Eu queria andar de avião
mas nunca saí do chão
Eu sonhava ser feliz 
quando crescesse
Que bobagem a minha
eu era e não sabia...


(Elian-28/06/2012)

quarta-feira, 27 de junho de 2012

Insana loucura



Loucura insana
que me faz submissa
no simples falar
que sai da sua boca


Quero fugir
mas não consigo
Quero ficar
mas não existo


Tento sair
mas não resisto
Tento não estar interessada
mas estou hipnotizada


Se fez parte de mim
sem que eu faça de ti
Não deixa que eu parta
Não permite que eu fique


Loucura insana e sem razão
que aprisiona meu coração
Atado aos seus pés
ao sabor da sua maré


Quero gritar e me calo
fugir, e eis-me aqui
Se vais...me abalo
se ficas...te abraço


Loucura insana e santa
que me faz em ti, planta
enraizada e grudada
amada e...sangrada


(Elian-27/06/2012)



Vamos

Vem comigo mãe
Vou te levar e te trazer
já, já...
Mas a realidade
é que é você quem me conduz
Na sua aparente fragilidade
É gigantesca a sua força.
Vem comigo mãe...
E traz contigo
Sua garra, sua força e sua fé.

(Elian-27/06/2012)

Ainda tenho tempo

Na curva de volta
eu estou...
Temos tanto tempo,
pensamos...
Até percebermos
que numa esquina qualquer
do tempo
A vida, sem enxoval
nos abandona e vai embora...
Vemos o tempo passar
tão lentamente
Nos julgamos imortais
Até o incontestável momento
em que abrimos os olhos
e vemos as marcas no corpo
avisando que já não temos tanto tempo
Não...não lamento o que passou
nem mesmo o tempo que perdi
Até porque não o perdi
Só deixei de aproveitar...
A curva da vida chegou
Eu desço a ladeira,
mas vou sabendo onde pisar...
Não perco mais meu tempo
ainda tenho o que sonhar
O sol nasceu de novo
Isso é motivo para sorrir


(Elian-27/06/2012)

terça-feira, 26 de junho de 2012

Asas da liberdade

Bata suas asas
O mundo te espera
Tantos mares e serras
Um infinito de horizontes
Desponta na linha do mar
Vá, voa bem alto
Voa sem medo de pousar
Onde o seu amor possa estar
Abra suas asas e voe sem limites
Em busca do seu horizonte
Faça das suas asas estrada
Caminhe na sua revoada
Atá que numa enseada
O vento te fale em toada
Que é chegada a hora da parada
Voa sem se preocupar
Com a rota que te espera
Siga em frente com liberdade
Em busca da sua verdade
Voa por sobre o mar
Azul/verde do seu olhar
E se um dia quiser voltar
Tenha sempre a certeza
Que eu estarei a te esperar
Aqui...no mesmo lugar


(Elian-26/06/2012)

Ciúmes



Tenho ciúmes 
De tudo o que te cerca
Dos pensamentos
Que livres de mim
Te fazem livre
Ciúmes do ar
Que respiras
E do vento
Que te acaricia
E faz voar teus cabelos
Ciúmes do sol
Que te bronzeia e te aquece
Ciúmes do mar
Que te envolve e te afaga
No vai e vem de suas águas
Tenho ciúmes dos livros
Que absorvem sua atenção 
E dos autores que escrevem
Frases que eu queria te dizer
Tenho ciúmes do céu
Que atrai o teu olhar
Nas noites enluarada
Em que eu te queria à me olhar
Tenho ciúmes do tempo
Que te faz me deixar
Pela falta de tempo
Tenho ciúmes 
De quem se aproxima
E te desperta a atenção
Sem saber que você
É quem manda no meu coração
Tenho um ciúme insano
Que em mim se faz tirano
E o meu amor...profano
É...tenho ciúmes


(Elian-26/06/2012)



Amor astral

Pouco me importa a hora
Te quero agora
Não te peço promessas
Só que venha depressa
Não me faça declaração
Só me aperte de encontro ao coração
Que ele sim, falará por ti
Enquanto estiveres aqui
Tome meu corpo em tuas mãos
E faça dele prelúdio
Da magia feiticeira
Que me vira do avesso inteira
No ato principal
Desse amor ancestral
Redivivo no astral
Que corrói-me as vísceras
Por tão longa espera
Deita em mim raízes
Da tua dinastia
Derrama em mim teu cheiro,
Teu perfume, teu sabor...
Enquanto fazemos amor.


(Elian-26/06/2012)

segunda-feira, 25 de junho de 2012

Inspiração


Arroubos



Em meus arroubos eu roubo
Com desejo, seu beijo
Que me molha a boca
Tornando-me louca
Num frisson de arrepiar
E querer vibrar...vibrar...
Sugar seu licor
Com todo o meu vigor
De você me embriagar
Até de amor...desmaiar
Me jogar em seus braços
Desfalecer no seu abraço
E adormecer no seu regaço...
Me faz mulher, menina
Parte da sua vida
Parte da sua rotina...
Meu peito explode
Mi'alma implode
Sentidos com febre
Desse amor célebre
Que me faz prisioneira
Sobremaneira
Dessa louca paixão
Que me devora o coração
Pulsante em total...sofreguidão


(Elian-25/06/2012)

Eclosão de luz

O cinza derrama em mim
pintando de vazio opaco
a tua ausência sentida.


E rabisco melancólica poesia
perdida em palavras de agonia
que faz em meu peito, avaria


Meu mundo sem cor
tão forte e opressor
dos meus sonhos...devorador


Donde nada mais espero
Além do silêncio que impera
e das cores que se encerram


Um silêncio de gritante fragor
Desperta o inerte gestor
que deixa brilhar seu fulgor


As cores dantes esquecidas
parecem agora aquecidas
num frigir...fugidas


O que as conduz...
Renasço sob os raios da tua luz
que num orgasmo...me seduz


(Elian-25/06/2012)


Surpreenda-me

A preguiça gostosa no leito,
me recuso a acordar...
Ahh...eu sonho com você
Tocando meu corpo
Me fazendo delirar...
Seu cheiro gostoso
Inebriante
Me embriagando
A delícia do seu abraço
Me envolvendo...
Não, não quero acordar
Mas você insiste
Acorda, eu quero te amar...
Preguiçosamente eu desperto
Achei que sonhava
deitada nas nuvens.
Era real...
Surpreenda-me amor
Surpreenda-me sempre...assim


(Elian-25/06/2012)

sábado, 23 de junho de 2012

Fragmentos

Fragmentos de lembranças
vindas em flashes...
Eu menina...mulher.
A casa tão pobre;
O pai saindo cedinho;
A mãe preparando o desejum
(quando havia)...
Uma medalha conquistada;
O orgulho da mãe...
Quem sabe será alguém?
Irmãos e irmãs
correndo e gritando,
brincando e brigando
enlouquecendo a mãe...
O tempo fecundo
parece vagar,
e no entanto agora
parece voar...
De tempos em tempos
eu olho o passado
e sinto presente
saudades dos ausentes
sem corpo e sem voz.
Tiveram todos eles
tempo de nascer,
tempo de crescer,
e tempo de morrer.
Meu tempo é hoje;
Não sei do futuro...
O passado passou
e o futuro...quem sabe, chegará.


Elian-23/06/2012)



Buraco negro


Materialização


sexta-feira, 22 de junho de 2012

Anunciação


O céu escurece
As nuvens se formam
Um vento de arrepio
Por dentro, um calafrio...


A Senhora dos ventos
Agita o chicote
Raios e trovões
Surgem no horizonte
A tempestade se anuncia
Prometendo varrer
Tudo em qualquer esquina...
Me faço de forte
Mas sou medo explícito
Proteção solicito
Senhora dos ventos
Deixe que sua brisa
Sopre em mim...


Me livre da ira
Da sua tormenta
Mande embora o egum
Que ameaça minha paz
E me deixe ficar...


Eparrei! Senhora dos ventos
Me cubra com seu manto
E sopre em mim
Sua brisa mansa
E meu medo...espanta


(Elian-22/06/2012)

O meu amor perfeito

É assim que eu te vejo:
Amor perfeito pra mim;
sem ética e sem estética.
Alma predestinada à mim
que se deixou guiar pelo coração
até me encontrar.
Amor de outras vidas,
de tantas jornadas seguidas,
oportunidades perdidas,
agora renascida.
A beleza do teu corpo
perto do teu ser
se faz tão pouco...
E isso é o que eu vejo em você.
Teus defeitos, teus desejos;
teus rompantes, teu semblante;
tudo em ti te faz pra mim, 
amor perfeito.
Te vejo alma
límpida e clara,
intensa e bela,
geniosa, mas determinada.
Alma predestinada à mim.
Jasmim do meu jardim.
Te vejo assim:
Amor perfeito pra mim.


(Elian-22/06/2012)


Maria como tantas

A mulher que encanta
com seus sais e ais
quando comenta
com carinho rabiscos,
hoje se faz musa
da rabiscadora que vem
de forma singela
te dar os parabéns!
Elsa é Maria,
que como tantas
batalha a vida
sem nunca perder
o dom de encantar
e de se fazer gostar.
Teus olhos sorriem
e teu sorriso nos vê
És puro carinho
e faz do teu caminho
jardim sem muito espinho.
Carregas contigo
o dom de espalhar
a luz que te faz brilhar
e a alegria por te encontrar.
É muito bom saber
que tu sempre virá
nossos rabiscos ler
e com prazer compartilhar.
Receba todo o meu carinho
e admiração
nessa data tão querida
minha querida e linda amiga!


Parabéns Elsa!!!!


(Elian-22/06/2012)


quinta-feira, 21 de junho de 2012

Artigo indefinido


Meus rabiscos não tem dono.
Mesmo tendo um endereço,
deles não tenho domínio.
São de quem se identificam
e viajam em meus escritos.
Meus rabiscos não tem sexo.
Ora é homem, ora é mulher.
Não se importa ser confundido,
é artigo indefinido.
Meus rabiscos não seguem regras
do que é certo ou errado,
viajam com liberdade
sem se atarem à gramática.
Meus rabiscos são soberanos 
e permitem que as palavras
passeiem sem amarras
pelo vão das suas estradas.
Não rabisco meus rabiscos;
são, na realidade, 
eles quem me rabisca
contando em capítulos
toda a minha história.
Meus rabiscos tem vida própria...


(Elian-21/06/2012)

Mistério que fascina

Teus olhos me olham,
me invadem a alma,
desnudam meu corpo,
me faz menina,
me faz mulher...
Ah...esse teu jeito
estranho de gostar,
me tonteia, me faz delirar...
Me toma de assalto
num sobressalto,
me tira as forças,
me revira do avesso,
me põe pra dormir
e me faz sonhar...
Teu doce mistério
me fascina e me ensina
à cada segundo,
mais e mais te amar.
Sou tua inteira,
me deixo domar,
mas só por você...
É só em teus braços
que me sinto segura
É só no teu abraço
que eu me embaraço
e encontro o meu espaço...
Me perco e me encontro
no teu mistério...
Mergulho sem medo no teu olhar
de sol brilhante no céu estrelado...


(Elian-20/06/2012)



quarta-feira, 20 de junho de 2012

Descanso na rede

Vem comigo.
Não pergunte o por que,
apenas me deixa cuidar de você.
Teu semblante extenuado,
teus olhos cansados,
mais um dia acabado,
Serviço encerrado.
Repousa teu corpo cansado
na rede que te estendo
enquanto te faço um chamego
até que adormeças.
Ah...eu velo o teu sono
e acaricio tua pele
tal qual a brisa que sopra
do mar, só para te beijar.
No teu descanso tão precisado
balanço a rede pra lá e pra cá
murmurando baixinho
uma canção...de ninar.
Repousa teu corpo cansado
na rede que te estendo...


(Elian-20/06/2012)

Talvez um dia

Talvez um dia eu te perdoe
menino sem juízo,
que um dia foi meu amigo.
Eu gostava de você...
mas no seu arroubo de juventude,
sem ter um porque,
num embate de palavras,
você me magoou.
Talvez um dia eu te perdoe
menino sem juízo.
Não sei se queres o meu perdão,
mas talvez um dia...eu te perdoe.


(Elian-20/06/2012)

Rompendo os limites



Já quis tanto o que não posso.
Já fiz da minha vida um inferno,
por não aceitar os meus limites.
Hoje quero o que posso,
e sonho com o que não posso.
Não ultrapasso os meus limites,
mas também não limito os meus desejos.
Meus sonhos são desejos incontidos
dando força e aumentando
pouco a pouco os meus limites.
Sonho e faço sem pressa 
a pressa da chegada.
Tropeço sim pelo caminho,
mas levanto e sigo a caminhada.
Meus limites correm atrás dos meus sonhos,
E os meus sonhos ultrapassam meus limites.
Já quis tanto o que não posso,
que aprendi a só querer o que alcanço
na transgressão dos meus limites
que meus sonhos realizam.


(Elian-20/06/2012)

Lembranças da alma



Alma impura
em busca da cura,
vagando num mundo
de sonhos fecundos.
Alma intrépida
que vaga lépida,
buscando encontrar,
tentando se reestruturar.
Alma vadia
que vive da poesia
rabiscada para o amor
dessa alma de trovador.
Alma andarilha
sem corpo e maltrapilha,
que invade o corpo alheio
em busca dos teus anseios.
Alma impaciente
de quem foi imprudente,
e agora vive em busca da luz
escondendo seu rosto num capuz.
Alma que ama e sente saudade
do amor que viveu pela metade,
Sossega seus instintos
embriagados de absinto.
Alma aflita...
aguarda a outra vida.
Adormeça agora na sua lembrança
que seu amor virá sem mais...tardança


(Elian-20/06/2012)




Bar da esquina

No cair do sol,
no bar da esquina,
em Jacinto Machado,
Santa Catarina...
Sabugo, velho amigo.
Alfaiate de mão cheia,
aparece e conta causos
no bar da esquina.
Seus desenhos conhecidos,
admirados...bem quistos,
ele faz com suas mãos.
Mão compridas, dedos longos,
tato apurado, magia no toque.
Sabugo é mestre, não só das agulhas.
Com suas mãos sensíveis, molda a própria vida
que brinda com os amigos de Jacinto,
naquele bar...da esquina.


(Elian-20/06/2012)

O velho livro

Era só um livro velho,
com a capa rasgada.
Foi num sebo que o vi 
e comprei pra mim.
À princípio nem liguei muito,
mas depois, sem ter o que ler,
lembrei dele e o abri.
Já nas primeiras palavras
ele me puxou para dentro
e não consegui mais parar...
Me deixei transportar e ele
me levou para um bosque
onde eu, deitada me pus à sonhar.
Podia ouvir sua voz, que por ora cantava,
por outras contava.
Abriu vários livros e os fez levitar
dançando no ar, soltando palavras,
fazendo magia enquanto eu dormia.
E as histórias voavam sobre mim...
Meu nome não é Alice, mas mergulhei
nas folhas do livro e lá vivi, vi e ouvi
sons de colibri que também estavam lá.
Era só um livro velho com a capa rasgada,
mas me deixou completamente...encantada!


(Elian-20/06/2012)



terça-feira, 19 de junho de 2012

É para você



Não, não te faço declaração
pelo simples saber
que tudo o que eu disser
já é sabido por você.
Te faço poesia em cada linha,
em cada sílaba, em tudo o que escrevo.
Não te mando recado nas entrelinhas...
Sou direta e te falo ao coração,
que sem medo de enfartar, pulsa pelo seu.
Não sou poeta de mais ninguém.
O que rabisco tem só um endereço.
Sei que nem sempre te agrado,

ou mesmo te interesso,
nos rabiscos que eu invento;
mas são seus e de mais ninguém.
Então, amor da minha vida,
pouco importa outra opinião.
Se piegas ou sem rimas, 
se ridículo ou coloquial,
se mandei bem ou mal...
são apenas conjecturas
de quem não merece inspirar.
Meus versos pobres e sem noção
vão só de encontro ao seu coração.
E se você gostar e ler...
o resto...não vou rimar.


(Elian-19/06/2012)

Rebeldia poética



Quando eu rabisco
não penso em métrica,
em ponto ou vírgula,
em letra maiúscula,
nem na minúscula...
Rabisco sentimento.
E nele não existe a gramática.
Até a ortografia,
as vezes sai errada.
Nos rabisco que rabisco,
primo pela essência.
Nunca tive a prepotência

de ser chamada de escritora,
ou tão pouco de poeta.
Não gosto de cabrestos.
Não mudo minha escrita.
Sou escrivinhadora,
Castilho sabe disso.
O resto que se foda.
Agradeço à quem leu.
E creiam, meu tempo não se perdeu.


(Elian-19/06/2012)

Devassidão


As delícias do sexo pecado
Que tantas ainda hoje
Esperam a negritude da noite
Para liberar a libido
Certas de que não serão castigadas


Ah...as falsas pudicas
Que querem e não se entregam
Não sentem prazer
E sem perceberem
Se tornam mais meretrizes
Que as putas da rua...


Trocam seus corpos
Pelo manter os maridos
Por uma certidão sem validade
Um status, um prestígio
Senhoras respeitáveis
Damas da sociedade
Sem saberem de orgasmos


Temem o pecado
Abrem as pernas
São máquinas de sexo
Sem perceberem
O quanto pecam
Por se venderem
E nada além receberem
Do que a simples satisfação
De viverem sem devassidão


(Elian-19/06/2012)

Cobranças



O que quer de mim o mundo
Se dele quero tão pouco
O que exige de mim os lúcidos
Se deles quero distância
O que querem de mim os incautos
Se deles sou só mais uma
Por que me cobram uma postura
Os que vivem na saciedade
Se em sociedade não sabem viver
Não os mando ao diabo
Por ter pena do chifrudo
Mas não esperem de mim satisfação
Os santos da embromação
Não rabisco rebeldia por prazer
Nem digo que são poesias
Escrevo apenas por escrever
É só uma mania
O que quer de mim o mundo
Se nele só quero sobreviver
Sem muito ter que responder


(Elian-19/06/2012)

Por sobre as lentes

A noite foi perfeita
Não, não teve sexo
Mas teve afeto
Eu alí...te olhando
Enquanto de óculos
Se entregava ao trabalho
E de vez em quando me olhava
Por sobre as lentes
Sorria e me dizia:
Eu te amo
Uma valsa tocava
Eu dançava na imaginação
Uma orquestra regida
Pelas notas ritmadas
Que vinham do coração
Enquanto te aguardava
Te esperava...
O sono chegou
O olho não aguentou...fechou
Adormeci sorrindo
Mergulhada na poesia
De um amor tão delicado e forte
Quanto uma pétala de orquídea...


(Elian-19/06/2012)



Dos tempos de Faraó

Idas e vindas
Nascer e morrer
Encontros e desencontros
Perdão concedido
Sem nunca pedido
Entregas intensas
Tantas desavenças
Paixão no olhar
Tesão no tocar
Ternura no cuidar
Mãos que se entrelaçam
Em busca do conforto
Seguro de uma na outra
Paz e tensão
Sorrisos e choros
Me manda embora
Depois volta
Diz que me ama
Diz que me odeia
Sente saudades
Me faz as vontades
Te quero fora de mim
Te amo sem fim
É coisa de outra dimensão
Sentimento que avassala o coração
Vem dos tempos de Faraó
É muito amor para uma vida só...


(Elian-19/06/2012)


domingo, 17 de junho de 2012

Querer e poder



As vezes eu queria ter a força do meu destempero,
Da minha erupção, quando vomito a minha ira...
Manter a determinação da minha explosão
Sem me importar com a conclusão...
Mas basta ouvir a sua voz
Seu jeito manso de falar
Desarmo minhas barreiras
Perco minhas beiras
E me entrego sem eiras...
Queria deixar você partir
Sem derramar uma só lágrima
Tirar de uma vez só você de mim
Por fim nessa nossa pantomima
Mas de real nisso tudo
É o amor que sinto e não nego
A necessidade de te saber aqui
Sentir o seu apego
Ouvir o seu chamego
Ah...eu queria tirar você de mim
Mas a verdade é que eu te quero...até o fim


(Elian-17/06/2012)

sábado, 16 de junho de 2012

Labirinto



Perco-me no labirinto
Que eu mesma criei
Construí pouco a pouco
E agora, depois de pronto
Dele não sei sair
Meus gritos não são ouvidos
Meus passos não me levam
À lugar nenhum
Corro de um lado pro outro
E chego sempre num mesmo lugar
Ainda tenho em mente
Quando no começo
Pensei em te prender
Para sempre junto à mim
Subi cada tijolo
Formei paredes altas
Caminhos e voltas 
Idas e vindas
No centro de tudo
Era onde iria te deixar
Você ficou de fora
Fingiu que entraria
E agora...daqui não sei sair
Minha mente é o labirinto
Que não soube te prender


(Elian-15/06/2012)


Boemia



Sinto saudades das noites do Rio
Do peixe frito no Aterro
Em plena madrugada
Enquanto nas quadras
O jogo de "peladas"
Anima a moçada
E o mar quebrando nas pedras
Soprando a areia fininha
Que vem na brisa fria
Batendo no rosto da gente
Salgando a tez arrepiada...
Saudades das calçadas descalças
Das pedras portuguesas
Que a cada buraco que pisava
O pobre do meu pé entortava
E o namorado, gentil, me segurava
Enquanto de mãos dadas
Pelas ruas, a gente caminhava...
Saudades dos bares lá da Vila
Onde uma mesinha a gente ocupava
E dos violeiros que tocavam
Enquanto a gente dançava...
Saudades de Madureira
Da quadra da Portela
Do churrasco de costela
Da cerveja geladinha
Do samba de raíz
Do terno com risca de giz...
Saudades da noite carioca
Dos carrinhos de tapioca
Do angu à baiana
No Largo do Machado
Do chope gelado
Saudades da boemia...


(Elian-15/06/2012)

Furor

Santa não sou
Tenho postura
Do que julgam normal
Mas no meu leito
Entre quatro paredes
Me dispo da "normalidade"
Que a entojada sociedade
Faz questão de manter
E me deixo possuir
Me transformo e me torno
Profana, insana, mundana
Mas sempre....soberana
Nos meus desejos e anseios
Sem nenhum meio termo
Sem pudor nenhum
Não faço enredo
Não tenho medo
Da minha intensidade
Da minha insanidade
Da minha...vontade
Santa não sou...


(Elian-15/06/2012)

Uma pintura do Galo

Pobres idiotas da objetividade
Que estupidamente imaginam
Que mulher não gosta de futebol...
Não sabe eles o que dizem
Não só gostam, como entendem
E muito!
Belas e faceiras
As mulheres fazem bem
Aquilo que as interessam
E por causa do esmero natural
Acabam por dar "banho"
Na maioria dos marmanjos
Que se julgam entendidos...
A paixão pelo seu clube
Vai até o seu mais íntimo
A garra ferve o sangue
E elas vibram com ternura
E muita determinação
Todo time tem suas "guerreiras"
Mas hoje é o Galo Mineiro
Que veio me inspirar
E me fazer rabiscar
Três beldades unidas num só amor
Kity, Luísa e Júlia
Que mesmo na torcida em fúria
Não perdem a beleza e a doçura
Transformando essa foto
Numa verdadeira...pintura!


(Elian-15/06/2012)

O que será

Adormece nos meus braços
Confiante, tranquilo
Seu corpinho aquece meu peito
Escuta as batidas do meu coração
Que pulsa feito canção
Ninando e embalando
Seu sono de anjinho...
Não me canso de te olhar
E do nada, adormecido
Você sorri...
Quase a gargalhar
Faz menção de chorar
Mas volta a sorrir com gosto
E eu...curiosa...
O que te faz sorrir anjinho...
Preciso te colocar na cama
Os braços estão cansados
Só mais um pouquinho...
Deixa eu te abraçar
Te apertar de encontro ao peito
E imaginar que estará seguro
Eternamente em meus braços
Deixa eu curtir só mais um pouquinho
Esse abraço...


(Elian-15/06/2012)

Calo-me



Não quero
Não posso
Não tenho
Não vou
Não vivo
Não digo
Se digo
Eu faço
Eu vivo
Eu vou
Eu tenho
Eu posso
E eu quero
Por isso...não digo


(Elian-16/06/2012)

sexta-feira, 15 de junho de 2012

Espelho, espelho meu



Sinto no corpo o tempo
Que me fez desgastada
O espelho é meu algoz
Me mostra meu tempo real
Cada vez que o olho
Em busca de vaidades
O idiota me mostra verdades...
E leio filósofos que dizem
Que as rugas são marcas do tempo
Beleza da maturidade
Mas minha vontade
Ah...essa é a da pouca idade
Não...é do viço que tenho saudade...
Quantos vidros já quebrei
Espelho, espelho meu
De nada adiantou
O mesmo tempo que cura
Me faz envelhecer
Sem nada eu poder fazer...


(Elian-15/06/2012)

Desova de amor



Uma gota
Suor
Quente
Refresca a pele
Mais quente ainda
Desce, escorre
Êxtase
Gozo
Arrepio
Clímax
Delícia
Eu dei
Ganhei
Rola pelo meu corpo
A gota do teu esforço
Amei
Senti
Vibrei
Suei
Ato do fato
Meu e seu
Numa alcova
Onde o amor...desova


(Elian-15/06/2012)