quinta-feira, 27 de setembro de 2018

ÓRBITA EM DESALINHO

Seu brilho intenso atrai
Sorrio, me sentindo aquecida
Agradecida, embora indecisa
À sua presença iluminada

Faço e refaço teus desejos
Sempre em busca de teus anseios
Para que permaneça o brilho duradouro
Das minhas expectativas

Orbito ao teu redor
Sem me dar conta
Que o meu caminho é meu
Em rotas paralelas

Talvez um segundo sol
Desalinhando meu universo
Enfraquecido em meus princípios
Sem direção

Rá e Hórus
Se atraem e se fundem
Embora distintos
Em suas plenitudes

Eis a questão
Da órbita brilhante
Que atrai perigos constantes
Em meio ao turbilhão

Meu caminho é meu
Teu caminho é teu
Um único sol nos aquece
Num mesmo céu que brilha...

(Nane - 27/09/2018)



terça-feira, 25 de setembro de 2018

A VOZ DA TORCIDA

Não cala a voz
Da torcida amada
Desperta em tantas madrugadas
Em festas

Ah, pouco importava
Se vencia ou perdia
O time base da amizade
Que a todos nós unia

Só queríamos festejar
Com cerveja e churrasco
Bolo de aniversário
E tanta conversa fiada

Tantos amigos, tantos irmãos
Éramos um grupo requintado
Que tirava do tempo um tempo
Para as nossas reuniões

A Márcia foi sempre Magno
Supra sumo da diretoria
Talvez a causa maior da comunidade
Embasada na nossa amizade

O orkut se foi
Nosso tempo diminuiu
Mas a voz não se calou
Dentro de nós ela ficou

São doces recordações
Das nossas reinações
Que varavam madrugadas
Até que o dia acordasse

Faça um pouco de silêncio
Presta atenção e escuta
É a Voz da Torcida enaltecendo
Nossa amizade além do tempo

(Nane - 25/09/2018)

A CASA VAZIA

Revejo a casa
Tão vazia e tão cheia
Num silêncio profundo
Ecoando entre as paredes
Absorvidas de palavras

Corre mãe
Aos teus afazeres

Que o dia não espera
A noite logo vem
É preciso dar conta de tudo

Cresceram as tuas crianças
Geraram outras crianças
Corre mãe
Aos teus afazeres
Que teus netos estão chegando

Num cantinho do sofá
Descansa mãe
Dos teus afazeres
Enquanto teus filhos
Cuidam dos teus netos

Corre mãe
Tua cama te espera
Enquanto teus netos
Te trazem os bisnetos
Presentes de Deus

Escuto a canção
Do anjo posto aqui
Entoado pela voz fraca
Mas firme na determinação
Sob o manto Divino

Olho e vejo o que não mais está
Sorrindo para (ou de) mim
A casa agora tão vazia
Se fecha atrás de mim
E nossa história vira poesia

(Nane - 25/09/2018)

sábado, 22 de setembro de 2018

A MENINA DO SUL

Colore menina
De amor a sua vida
Regada de tantas cores
Como a sua cidade

Semeie menina
Por todo o seu caminho
Essa tal felicidade
Radiante em seu carinho

Faça, da vida objeto
Para espalhar todo esse amor
Emanado de sua alma
Sublimada como a flor

E nesse dia, menina
De tanta intensidade
Vim trazer à você
Meus sinceros votos de felicidade

Parabéns Jhenys!

(Nane - 22/09/2018)




quarta-feira, 19 de setembro de 2018

LÉO

Quando Deus te desenhou
Ele falava consigo mesmo
Incutindo em teu protótipo
A fé do filho no Pai

"Deus é fiel"
Tua marca registrada
Em toda rede social
Que adorna teu perfil

Deus, é a própria oração
Que fez morada permanente
Dentro do teu coração
Povoando de esperança a tua mente

L eve sempre contigo
E sse teu jeito doce de ser
O nde quer que vá

O dia é teu, menino
Parabéns para você
É o que vim te desejar

(Nane - 19/09/2018)


terça-feira, 18 de setembro de 2018

COISA DE DEUS

Não vou mandar a letra
Nem sequer vou ensinar
Vou deixar de tanta treta
Deixa a vida me levar

Amanhã o que vai ser
O Cara lá de cima vai dizer
Entrega na mão dele, sem temor
Deixa fluir todo o seu valor

Se liga na mais pura realidade
Do que é a sua verdade
Pode ser que a minha não seja a mesma
Releve, são nossas destrezas

Vou grudar você em mim
Em rezas e orações
Nem vem com esse papo de estar afim
Se liga nas nossas emoções

Porra, vou te mandar
Um papo reto e direto
Se liga no que vou te falar
Sou tua base, teu concreto

Deixa a vida nos levar
Na sina que nos foi predestinada
Nosso amor há de durar
Na eternidade por nós questionada

Nada é por acaso
Por nada me desfaço
Desse querer meu e seu
Isso é coisa de Deus

(Nane - 18/09/2018)






SOU EU

Ei, sou eu quem te chama
Na mudez da minha voz
Engasgada sem nenhum tom
Emudecida e sem som

Diz pra mim os teus anseios
Não vamos nos omitir
Não deixemos que a vida seja em vão
Feito a tempestade de um verão

Lembra, de quantos projetos
Fizemos no nosso dia a dia
Dos obstáculos que ultrapassamos
De até onde nós chegamos

Perdão, talvez seja eu a te pedir
Perdão, de ti não quero ouvir
Na nossa insensatez
A culpa, se existiu, se desfez

A  "brabeza" de um instante
Se transforma e se esvai
Quando o pulsar do coração
Se transforma em oração

Ecoa, então a voz de Deus
Lembrando a nossa fragilidade
No caminhar sem nos darmos as mãos
Ao depararmos com as nossas verdades

Ei, sou eu quem te chama
Lá do fundo da minha alma
Gritando alto em meu clamor
Expondo ao mundo (por você) o meu amor...

(Nane - 18/09/2018)

sábado, 15 de setembro de 2018

ROUNDS

O ringue do meu tempo (hoje hoctógono)
Se expõe, se abre e se oferece
Subo, determinada a vencer
Num golpe só, vou à lona
Tenho tanto o que aprender...

As vozes, as luzes, o holofote
Tonteiam minha mente vazia
Tão cheia de dúvidas cruéis
Que pesam meu corpo dolorido
Cada vez que tento levantar

O fígado já esmorecido
Dos golpes que a própria vida dá
Parece se derreter, se esvair
É complicado ficar de pé
Mas do nocaute tenho que sair

O juiz conta devagar
Enquanto meus pensamentos
Embaralhados tentam divagar
Se vale a pena continuar
Ou a toalha...jogar

Cansada e tonta me levanto
O show não pode parar
A vida disposta a bater
Eu, exposta para apanhar
Vamos ver no que vai dar

(Nane - 15/09/2018)


sexta-feira, 14 de setembro de 2018

SEM MAIS NADA

Queria escrever
Tão além do que posso
Mas minha limitação
Proíbe meu dizer

Queria dizer
Tão além do que escrevo
Mas minha limitação
Cala a voz que não tenho

Queria expandir (ou explodir)
Mas o colapso, por fim
Apazigua a lava incandescente
Gelificada dentro de mim

Me conformo e escuto uma canção
Fingindo domar minha emoção
Amanhã, depois do meu adormecer
É provável o meu esquecer

Dias e dias, anos e anos
Passo sem olhar para trás
A vida não perdoa desenganos
Viver ou morrer, tanto faz

O ciclo é cíclico
Um vem e outro vai
Nada, nem ninguém é acíclico
No fundo, tudo se esvai

Queria não dizer
Tanta besteira rimada
Num poema a envaidecer
A vida... sem mais nada

(Nane - 14/09/2018)




quinta-feira, 13 de setembro de 2018

UM DIA SÓ

Um dia, a vida seguirá sem mim
Não mais estarei aqui
Sequer sei se em algum lugar estarei
E se realmente vivi, me perguntarei

Um dia, sem mais nenhum compromisso
De onde estiver, sorrirei
Ao entender que foi por um só instante
Que em lágrimas me debulhei

Um dia serei altiva
A todos complexos da vida
Quando finalmente entender
Que o que conta é só viver

Um dia, não mais sentirei dor
Mas trarei comigo a prima flor
Dos dias em que aqui eu cultivei
Todo o saber que nesse dia eu saberei

Um dia, serei apenas o que sou
Ainda que eu mesma (hoje) não entenda
Que isso faz parte do meu show
E por isso, a minha louca contenda

Um dia, serei livre feito uma gaivota
Que sobrevoa os mares sem limites
Mas de suas rotas, devota
Feito as loucuras dementes

Um dia, eu sei, chegará o meu final
Que espero, esteja distante afinal
Mas que seja um momento relevante 
Em que a vida se deu por um (único) instante.

(Nane - 13/09/2018)


NÃO

Não me aperte, me abrace
No calor tão necessário
Que envolve a minha alma
Pela sua, seduzida

Não me diga, apenas escute
O que diz meu coração
Que bate acelerado
Quando sente tua presença

Não ignore meus sentimentos
Apenas deixe que fluam
Para que eu me fortaleça
Do amor de que sou capaz

Não deixe que eu me perca
Por não mais saber amar
O amor além do amor sublime
Que só a ti eu dediquei

Não faça de mim poesia
Dura, concretada em melancolia
Pronta a explodir
Em versos germinados à eclodir

Não peço nada além desse querer
Tão meu, independente de você
Deixa só eu te olhar
Sem nada almejar

Não ligue para nada do que digo
São frases jogadas ao vento
Criadas sem nenhum discernimento
Preocupadas (apenas) com as rimas que invento

(Nane - 13/09/2018)


quarta-feira, 12 de setembro de 2018

SÓ UM MENINO

Talvez você não entenda
Mas isso pouco importa
Talvez você nem goste
De ler (ou receber) uma poesia

Ainda assim te digo
Nas minhas entrelinhas
Que andas sempre comigo
Ainda que distante

Eu, que te vi tão menino
Pergunto, onde foi que te perdi
Louco, sem propósito e exuberante
Tão pouco consigo te sentir

Idiota, imbecil, mas tão menino
Escancaro teus limites ultrapassados
Na busca inverossímil e sem propósitos
De uma verdade mentirosa

Ah essa vontade de acolher
No seio do meu próprio ser
O homem que não sabe ser menino
Por não saber o que fazer

Nem sei o porquê de te escrever
Apenas me deu essa vontade
Só precisava que você
Soubesse que eu amo você

(Nane - 12/09/2018)


TE PROCURANDO

Sou eu, que na noite escura
Vago pelos corredores
Da minha própria existência
Sem ter muros para me ancorar

Reflito, em minhas próprias bases
Fundadas em meus princípios
Ladeados num cimento areado
Dos meus nefastos pecados

Refaço meus caminhos no deserto
Por onde andei sem nenhuma noção
Te vi tão perto de mim
Miragem, pura ilusão

Gritei no mais alto do meu tom
Tentei agarrar a sua mão
Sobrevivência era a minha questão
Silêncio, vazio, nenhum som

O que foi que eu fiz
Por favor, vem aqui e me diz
Não, não é rebeldia
É só minha mente baldia

Penso no tempo que perdi
Penso em tudo o que vivi
A possibilidade da diferença
Nos princípios da minha crença

Um turbilhão em minha mente
Me diz que nunca fui presente
Na minha própria jornada
Hoje, dolorosamente escancarada

Agora é a hora da virada
O que passou, se foi, não volta mais
Deixa ficar para trás
A vida...começa agora

Vem me encontrar...

(Nane - 12/09/2018)


SENSIBILIDADE POÉTICA

Ser ou não ser
Eis a questão
Dizer ou não dizer
O que dita o coração

Expor seus sentimentos
À meros julgamentos
De quem, quase sempre não capacitado
Julgará sem discernimento

O poeta se acabrunha
Não rima seu pensamento
A vida insensata
Discursa em prosopopeia

Subterfúgios da alma
Sensível e desembestada
Sem um curso metrificado
Rabiscando sem cabresto

Seu rio de lavas incandescente
Dita as palavras em lavas
Por vezes um tanto indecentes
Por outras, não dizem nada

E o poeta se espelha
No dizer ou não dizer
Calar, talvez seja o melhor
Mas ele não consegue se conter

Deixa escapar nas entrelinhas
Proposital em sua mente
A dor que deveras sente
Camuflada em tuas rimas

Mente, dizendo verdades
Que de sua boca, jamais sairia
Finge que nada vale a pena
Transforma tudo em poesia

Ser ou não ser
Eis a eterna questão
Dizer ou não dizer
O que dita o coração...

(Nane - 12/09/2018)

segunda-feira, 10 de setembro de 2018

O PRESENTE

De presente ganhei
Um manuscrito
Que se não bem escrito
Foi escrito tão bem

Arrancou-me lágrimas
De alegria e esperança
As letrinhas desenhadas
De formas descuidadas

Letras tão bem pensadas
Deixando perceber em seu teor
Toda uma profundidade
De um grande amor

Ganhei de presente uma missiva
Quase borrada por minhas lágrimas
Ao interpretar nas entrelinhas
O poder sagrado do coração

Que quando aliado à oração
Faz de nós, pobres mortais
Guerreiros de Deus determinados
À vitória consagrada 

Ganhei de presente o melhor
De tudo o que poderia desejar
Agora é adubar esse amor
E dele, eternamente...cuidar

(Nane - 10/09/2018)



domingo, 9 de setembro de 2018

A ARTE DO SONHAR

Solidão
Espaço vazio
Fumaça moldando
Figuras etéreas

Sob o olhar também vazio
Sem nada enxergar
Pesando um tudo
No silêncio soturno

Portas abertas
Em cômodos vazios
Tão cheios de lembranças
Do que não volta mais

A garganta arranhada
Pela tosse crônica
Quebrando o silêncio
Em meio a madrugada

Lágrimas livres
Escorrem pela face
Sem nenhuma preocupação
Sem nenhuma ilusão

Pensamentos dispersos
Não conseguem se fixar
Nas vozes que veem da tv
Ligada para as paredes

O cansaço há de derrubar
O corpo pedinte do descanso
Logo após o banho escaldante
Precedido de tantos copos de cerveja

Ninguém pode compreender
A solidão além do seu próprio ser
Quando repleto o salão
Rodopia numa valsa sem par

O fechar dos olhos refresca
O momento do estar consigo mesmo
Quando conta a sorte do sonhar
Que a vida é um eterno bailar...

(Nane - 09/09/2018)


A FORÇA DO OLHAR

Então te olho
Não mais com o olhar
Que te olhei outrora
Mas com os olhos que me restaram

Turvos e com cataratas
De cores hesitantes
Entre o negro e o castanho
Adornados pelo branco avermelhado

Saltam as pupilas enegrecidas
Sem mais um foco fixado
Destoando em seu tamanho pontual
Nas sensações do que por elas são refletidas

Olham como se não vissem
Ou veem o que não existe
No frigir de suas piscadelas
Na busca (as vezes) de pura hidratação

Perdem o seu viço 
Feito o peixe na feira livre
Que tem o olhar no horizonte
Do mar perdido no fatal instante

É assim o meu olhar no teu olhar
Que sequer percebe que estou a te olhar
Ainda que sem a força do olhar
Que pelo teu olhar se deixou apaixonar

Então te olho...

(Nane - 09/09/2018)


quinta-feira, 6 de setembro de 2018

UM SER ESPECIAL

Não é seu aniversário
Nem tão pouco Natal
Não é nem mesmo um dia especial
Mas te "rabiscar"
Para mim é essencial

Menina (para mim eternamente)
De fala mansa
Centrada e determinada
Focada na profissão
Que exerce com o coração

Menina que não me chama de mãe
Mas é irmã do meu filho
Menina de quem eu sou madrinha
E dela tanto me orgulho
Por ser minha eterna menininha

Menina que por vezes me faz pensar
Nas voltas que a vida dá
Quando olho para o passado
E te vejo tão pequenininha
Hoje, mulher feita e tão minha

Menina que me faz voltar atrás
Reconhecendo que é sim(hoje), um dia especial
Posto que me veio a inspiração
Para "rabiscar" a emoção
Do saber que você me é... fundamental

Eu sei e você sabe
O quanto nos amamos
O quanto nos precisamos
Eu sei e você sabe
Isso, é o que nos basta

(Nane - 06/09/2018)


FANTASMAS DA MADRUGADA

Na minha loucura
Me deixo levar
Sem saber quando parar
Ou mesmo se devo parar

Revejo espectros
De seres imbuídos
Em ideias dissonantes
Sem passarem despercebidas

Assopram e insistem
Enquanto finjo não entender
Visitam meus sonhos
Me forçando ao não dormir

Típicos de mim
Se enfadonham por preguiça
E se esvaem na penumbra
Do meu sono chegado ao fim

Me enfureço e destoo
Destes seres abomináveis
Que se são os meus fantasmas
Não me assombram mais

Fracos seres da madrugada
Que na infância é bicho papão
Crescente vira assombração
E agora, não passam de mera desilusão

Já não me servem de companhia
O medo me abandonou
Meus fantasmas perderam sua magia
A insônia foi o que me restou...

(Nane - 06/09/2018)


segunda-feira, 3 de setembro de 2018

2018 - UMA ODISSEIA PERDIDA

Luzia
Perdeu-se nas cinzas
Fora do sarcófago
Levados ao vento

As entidades naturais
Sem vergonha na cara

Tirou das "moças novas"
Dos índios Ticuna, a máscara


Preguiças gigantes
Passadas por dinossauros
Se perderam na fumaça
Que as levaram

As múmias, enfim cremadas
Mantiveram seus segredos
De milhões e milhões de anos
Guardados

Dom Pedro entristeceu
Ao ver o desdenhar
De seus pupilos malditos
Sempre dispostos ao ganhar

A cesta dos mortos sentados
Agora queimados
Virou poeira misturada
De uma história não mais contada

Restou um Bendegó
Meteorito marciano
Para quem sabe (re)começar
Outra odisseia no espaço...

(Nane - 03/09/2018)


SÓ UM CRISTAL

Frágil cristal
Carregado por mãos
Focadas, mas trêmulas
No estilhaçar de um tropeço

O peso da responsabilidade
Carregada nas costas
Arriando em cada passo
A estrutura embasada

Enfraquece o pensamento
Fragiliza a vontade
Vertem os joelhos
Do mouro à divindade

Subjugado ao medo
No fio da navalha
Feito o bêbado e a equilibrista
Dançando na corda bamba, sem sombrinha

Intacto o cristal
Guardado pelas mãos
Segue em seu pedestal
O rumo da sua procissão

Importa chegar ao seu final
O santo em seu andor
Sem quebrar o cristal
Que reflete o seu amor

À César o que é de César
À Deus o que é de Deus
Cristal, que seja o teu final
O reservado para ser o meu

(Nane - 03/09/2018)



domingo, 2 de setembro de 2018

DELÍRIOS DE UM POETA

Então é assim
Que me vejo, me sinto, me abro
(Ou fecho)

Feito a semana que se acaba
Sem nunca compreender
Se na realidade, começa

Escuto, respiro e espero
O tempo do tempo do saber
Onde a magia se fará acontecer
Na sutileza de mais um amanhecer
(Ou anoitecer)

Onde o que importa é viver

Refugo
Em meus atos decisivos
De meu pré julgamento
De um certo e um errado
Na consequência taxativa
Que apresenta sua conta

O medo se mistura
Com a insegurança da certeza
De que o meu certo está errado
Será mesmo que o errado
Era de fato o meu certo
Perdido em desencontros

Então me sinto na ebulição
Fervente e sem noção
Das bolhas que estouram
Derramando pelas bordas
Apagando o fogo que as alimentam
Resfriando meus instintos

E nessa confusão
Tento dirigir a minha vida
Sem me importar tanto com o certo
Me desligando do errado
Vivendo a cada momento
O presente do meu futuro

(Nane - 02/09/2018)

POESIA CALADA

Sem vontade de escrever
Sem mais vontade (ainda) de adormecer

Vago pelas teclas do computador
Em busca do que dizer

Não para quem vier ler
Mas para mim mesma
Que nesse instante
Em nada consigo pensar

Meu lírico egoísta
Se prende e se perde
No intrínseco de si mesmo
Sem perceber o exterior

Meu olhar vagueia pelas letras
Salteadas fixamente num mesmo lugar
Desafiando a minha mente
No juntá-las ordenadamente

A poesia "manga" de mim
Por me saber sem inspiração
Por estar aparvalhada assim
Por ela, sem tesão

Hoje, nem mesmo um copo de cerveja
Ou a baforada de um cigarro
Me faz ter a destreza
De um poema, ainda que bizarro

O espetáculo do céu estrelado
Me atrai e me conduz
À rede exposta na madrugada
Onde a poesia recita calada...

(Nane - 02/09/2018)