domingo, 9 de outubro de 2011

Espectros


O silêncio da noite no meu quarto
Levou meu pensamento lá longe
E o murmúrio do mar eterno
Deixou que eu mergulhasse na solidão
Pesado silêncio que angustia...
A cortina balança ao vento
Em gestos que bailam como espectros
Deixa passar a tênue luz que vem da rua
Ou quem sabe, da lua...
O frio da noite permite que eu me cubra
Mas a escuridão me assusta
Sufoca e me tira a respiração
Prefiro a companhia dos espectros
Que bailam na minha cortina
Formando imagens refletidas
Que eu crio e não sei dissipar
Na noite em que os gatos são pardos
E nada eu consigo enxergar...
É noite de insônia sem fim
De vampiros e lobisomens afins
Se cubro a cabeça não durmo
Se olho a janela, desperto
Com medo dos meus espectros...
O relógio cantando tic-tac
E essa noite que não passa
Meu quarto parece o umbral
No silêncio pesado da madrugada
Estou só, sem ninguém pra me dá a mão
Me sentindo abandonada
Na mais profunda solidão
Acompanhada por minha imaginação
Que me desperta a todo instante
Por espectros horripilantes
Bailando no meu quarto...

(Nane-09/10/2011)

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