terça-feira, 4 de outubro de 2011

Escultura de fumaça


Devassa ou imoral
Não sei ao certo o que sou
Mas a fumaça insinuante 
Que do cigarro no cinzeiro
Baila enquanto escrevo
Faz a minha imaginação
Esculpir o corpo de um Apolo
Com quem na noite passada sonhei
O Deus negro que não me sai da cabeça
E surge inteiro na fumaça que soltei
Dos pulmões enegrecidos pela nicotina
Que perturbadoramente incendeia-me os neurônios
Num frenesi incontrolável no ventre
Que sente o calor da língua quente
A percorrer sofregamente até onde o pulsar
Explode em sensações de puro prazer
O negro gato urra e me faz tremer...ahhhh


A droga do cigarro acabou
E o meu Apolo se mandou...

(Nane-04/10/2011)

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