quarta-feira, 26 de outubro de 2011

De tudo


De todas as dores que doeram
A calúnia bateu mais forte
Não a que falam sem sentido
Os idiotas de plantão
Mas aquela que eu sei
Saiu do seu coração...

De todas as rimas que eu usei
A que mais causou-me aflição
Foi num rabisco de despedida
Que feriu meu coração
E me deixou sem chão, perdida
O que foi que eu fiz...não sei

De todos os ultrajes a rigor
Restou o velho rock and roll
Com poesias cantadas
 E por vezes rebeladas
Nada tenho a declarar
Também não tenho nada o que falar

De todos os gritos que eu dei
Foi no meu silêncio que mostrei
O quanto meus versos foram em vão
Restaram-me calos nas mãos
Do teclado reclamando nas madrugadas
Que perdi e nele bati enquanto rabiscava

De todos os meus rabiscos
Foram tantos que não valeram a pena
Mas que agora estão escritos
E guardados num instante
Que estará em algum lugar
Ainda que distante...

(Nane-26/10/2011)

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