terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

Uma saudade...


Foi assim...na quietude inquieta de uma sexta-feira. Daqueles dias em que
a gente se sente excitada, sem saber o porque. Uma sexta tão longinqua...
que quase nem mais me lembro da minha face...de menina-moça.
O dia parecia interminável, por causa da minha vontade de voltar à casa de
minha mãe, onde eu me sentia mais à vontade. Morava com minha irmã,
para ajudá-la com os filhos, e geralmente voltava aos finais de semana, para
perto da minha mãe. Mas aquela sexta-feira estava estranhamente estranha...
e eu não sabia o porque.
Quando a noite chegou, eu peguei meu material da escola e me despedi de minha
irmã. Saí feliz da vida! Como se estivesse me libertando de algo que eu não enten-
dia. Só que ao invéz de ir para o meu colégio, fui para um outro, ao lado da casa
de minha mãe, assistir a uma aula de uma professora de quem eu gostava muito,
e ela me convidou...o meu colégio era bem distante, em outro bairro da cidade,
mas naquele dia eu fui estranhamente parar naquele colégio...
Assisti as duas aulas dessa professora e desci...fiquei no pátio batendo papo com
antigos amigos, quando meu irmão, que passava na rua me viu e veio falar comigo:
_"O que tá fazendo aqui? Você estuda tão longe!" Me senti como que pegada em
flagrante, desconversei e contra-ataquei: _"Mas você também está na rua a uma hora
dessa!!??" Ele me disse que só iría dar uma volta e regressaria logo...Tornei a me
entreter com amigos e perdi um pouco a noção do tempo. Talvez em questão de uns
trinta ou quarenta minutos depois, outros dois irmãos meus chegaram ao colégio...
e estranhamente não estranharam a minha presença ali. Tinham ido buscar um
terceiro irmão, que estudava nesse colégio. Passaram por mim chorando e eu os
chamei. Então me deram a notícia que eu não queria ouvir...surtei e fui pra casa
correndo...Ele passou por mim só para o derradeiro adeus...
Foi a primeira vez que perdi alguém na minha vida.
O irmão de quem sem eu saber, mas que inquietantemente, naquele dia inteiro eu
passei me despedindo.
E se passaram 35 longos anos...
Hoje...seria o seu aniversário, se vivo fosse.

(Elian-14/02/2012)

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