quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Sou...


Sou chama sem fogo
Que arde em meu peito
E o faz doer...ressentir
Tal qual o sol
Com seus raios invisíveis
Que racham a terra batida
Ressequida...

Sou lágrima quente
Que rola no rosto
Num gosto salgado
Salpicando na face
Como a chuva que inunda
A terra encharcada
Levando-a embora
E abrindo crateras
Onde havia flores...

Sou sangue cruzando
As vias de mão única
Num corpo cansado
De artérias e veias
Que como no trânsito
Se engarrafam e buzinam
Querendo passar
Nas vias entupidas
De gente estúpidas
Com pressa de chegar
A nenhum lugar...

Sou pernas e braços
Sem rumo nem laços
Sem ninguém para abraçar
Sem onde caminhar
Como uma estrada mal feita
Voltando sempre
Ao mesmo lugar...

(Elian-23/02/2012)


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