terça-feira, 12 de dezembro de 2017

VIELAS DA NOITE

Perambulando pelas faces da noite
Por vielas assombradas e vazias
Escuto murmúrios instigantes
Sons derivados do meu silêncio

O vazio preenchendo os espaços
Comprimem meu peito contra a parede
Concretada em meus (re)sentimentos
Subjugados à minha alma errante

Fugir não posso
O destino é predeterminado
São fugas e descasos
Caminhos tortuosos

Pede um tempo a poesia
Para o refluxo de uma disfasia
Palavras ácidas e engasgadas
Incompreensíveis e vagas

Multifacetária noite
Por vezes tão longa ou tão curta
Trazendo companhias efêmeras
Espectros fugidios à luz do dia

Falo em voz alta comigo mesma
No afã de ouvir minha própria voz
No silêncio ensurdecedor de mais uma noite
Em que os sons murmuram melancolias

Verbalizo na escrita meu desassossego
Beirando o próprio destempero
Canalizado nas entranhas de meus erros
Que sempre julguei serem meus acertos

A noite tem vielas profusas
Que me obrigam a percorrê-las
Enquanto não surgem os primeiros raios
Do sol que vai surgir

(Nane-12/12/2017)

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