terça-feira, 19 de novembro de 2013

O inferno

Abrir mão da poesia
Em favor da melancolia
Abrir mão do lúdico
E trocar pelo lúgubre

Os fantasmas que rondam
Nas noites perpétuas
O sol que esfria
A lua que não brilha

A culpa que corrói
A carcaça já apodrecida
A lágrima ácida que fere
A tez enrugada pelo tempo

A menina se matou
O tempo foi cruel
A mulher é sombra
E a vida...morte

Faltou a rima do poeta
Amor e dor não dá mais
Vida e morte são uma só
Quarto e tumba num quadrante

Brilha o sol sem calor
40° sem definição
Suor que escorre no frio
Nada faz sentido

Chama que queima no inferno
Grito que ecoa sem barulho
Dor que dói sem sentir
Vida que acaba sem morrer

(Nane - 19/11/2013)



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