Vozes agudas
Estridentes gritos
Agonia insistente
Essa falta de ar
Esse cheiro de abutres
Barulhos estranhos
Pedidos de ajuda
Inferno de calor
Suores fétidos
Não sei onde estou
Gente disformes
Em fila indiana
Desembocando na porta
Fechada
Que leva a algum lugar
Onde têm pressa de chegarem
Mas não podem passar
E se digladiam
Arrancando pedaços apodrecidos
Na tentativa vã dessa passagem
O breu desse lugar maldito
Dá descanso aos meus olhos
E evita que eu veja mais a podridão
Nauseante que me cerca
E da qual faço parte
Nauseando os demais
Incomodados com os gritos
Lancinantes em coro
De todos nós
(Nane - 07/11/2013)
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