A chuva fina infinita por já três dias
Parece querer me derreter a alma
De tanto que lava e leva de mim
Os acúmulos grudentos de dentro
O frio trazido por ela - chuva
Encarcerou-se nela - alma
Fazendo-a tiritante e macambúzia
Tão parecida com a sua morada
Ela - alma - parece não caber
Querer se esparramar
Em busca do sol - calor
Uma outra moradia
Ele - corpo - franzino
Já sem vaidade e nem cuidado
Desagrada seu inquilino
Espírito de tantas moradas
E enquanto cai a chuva
Infinita por três dias
Se contenta somente
Com a leitura de livros
Ela - alma - viçosa
Não gosta da chuva - infinita por três dias
Ele - corpo franzino
Se delicia
Conflito nas cinzas
Sopradas pelo vento
Avivando as brasas
Que essa chuva - infinita - não apaga
(Nane - 07/11/2013)
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