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sexta-feira, 22 de julho de 2011
O filho do mundo
Ele chegou ao mundo
Se anunciando num choro
Tão forte e estridente
Que a louca que o pariu
Desconcertada o deixou
Num saco plástico na esquina
E dela, nunca mais se soube
O filho do mundo nasceu
Era só mais um bebê rejeitado
Seu nome: Vitório
A sorte (?) sorriu pra ele
Acharam o saco chorão
A imprensa deu o ar da graça
Famoso saco chorão
O futuro parecia sorrir
Agora teria um lar
Pais não faltavam pais a o desejar
O filho do mundo venceu
Era só mais um bebê a se ajeitar
Os refletores estavam acesos
Brigavam para o adotar
Presentes tantos ganhou
E por fim
Para um lar se encaminhou
Era lá que ele ía morar
O filho do mundo crescia
No lar que a mídia lhe dara
Sumiram todos de vez
Apagaram-se as luzes
Apanhava o tempo todo
Era mantido em cativeiro
Para não se contaminar
Com o sangue maldito da herança
Da louca que um dia o deixou
O filho do mundo se rebelava
Com a falsidade dos pais (?)
Fugiu numa noite de lua
Decidiu morar na rua
Juntou-se aos outros filhos
Que se abrigavam na rua
E não pagavam aluguel
Roubavam o pão de cada dia
E davam um teco na fumaça
Pra esquecer tanta desgraça
O filho do mundo tornando-se adulto
Queria ser o rei da rua
Os caras da boca o chamaram
E um emprego lhe deram
Agora era temido
O bravo "soldado" da boca
Que andava armado até os dentes
Matava e exterminava
Os "canelas pretas" que pintavam
O filho do mundo era o tal
Milagre da esquina da mídia
Mataram o dono da boca
Coroaram seu novo rei
Era o dono de tudo e de todos
Se orgulhava da sua história
Do ouro no pescoço pendurado
Das mulheres que se ofereciam
E ele, pavão, se inflava
O filho do mundo venceu
Mandava e desmandava geral
Os "homens" marcaram o rei
Capitão Nascimento o queria
Traíra na boca não falta
E todos amigos do cara
Nascidos noutra esquina da vida
Largados por outras loucas esquecidas
Durma com um olho aberto
Enquanto o outro descansa
O filho do mundo está preocupado
Atira até na sua sombra
Confia só no irmão
Que na rua com ele cresceu
Enquanto um dorme o outro vigia
O resto é só comparsa
De olho no trono do rei
Confia em mais ninguém
Destrói a boca vizinha
Espalha terror e bota medo
O filho do mundo é temido e respeitado
Bota medo na moçada
Guerreiro se sente esgotado
Da guerra vencida e festejada
Fecha a sua fortaleza
Se deita cansado e exaurido
Amanhã invade outra boca
E faz crescer sua fama
Mas antes precisa dormir
Pra estar forte quando acordar
O filho do mundo perdeu
Seu amigo é o novo rei...
(Nane-22/07/2011)
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Este comentário foi removido pelo autor.
ResponderExcluirSinta falta deste tipo de leitura....
ResponderExcluirNane minha querida
falar dela, nem tente!!
ela a tempo está em minha mente
tenho ela presente, entende?
não entende .....
Me fala o coração que não me mente, irmão
Flutuando ando passando a mão, mão
sobre o mapa deste mundo
e desde o fundo do meu coração sinto nostalgia
uma estranha sensação como saudade
Dessa distância que se interpõe a nossa amizade...
Beijos
Will....vc tá aqui, no meu ladinho esquerdo forever!
ResponderExcluirbjs mil