sábado, 9 de junho de 2018

NUM COPO VAZIO

Todos os meus desejos
Subtraídos

Viraram anseios
Subtraídos

A mente delirante
Confunde anseios e desejos
Sem focar no objetivo
Do real querer

Um copo de cerveja
Eu quero, desejo
Mas não anseio
Questão de gosto

Um carinho verdadeiro
Anseio
Mas não desejo
Pelo preço à pagar

Noves fora subtraio
Nada mais resta para o troco
Queima-me a mão a moeda infame
Que nem sequer eram trintas

O mar de águas turvas
Se desorienta e oscila
Entre o verde e o azul
No seu eterno ir e vir

A brisa úmida na noite fria
Cobre de branco a areia salpicada
Pelas estrelas espelhadas
No vai e vem da maré salgada

O horizonte escondido
Se mostra no halo de um relâmpago
A lua se acabrunha e vai embora
O mar, manso adormece

O copo de cerveja se esvazia
A hora diz que é hora de ir embora
Desfeita toda essa magia
Meus desejos viram poesia

(Nane - 09/06/2018)


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