domingo, 16 de fevereiro de 2014

O olhar

Olhar desafiador
Que me desnuda a alma
Num piscar do segundo
Eternizado

Olhos que fuzilam
Sem chances de defesa
Deixando paralisado
Meus pobres sentidos

Olhar que dita regras
Sem nenhum som
Na clarividência fulminante
De suas cores dúbias

Olhos que me olham por dentro
Transpassando a aura disforme
Rasgada pelo calafrio
Do saber estar sendo olhada

Olhar que se faz terno
Quando feito leito de rio
Percorre o curso do meu corpo
Sorrindo em seu fulgor

Olhos que gosto de olhar
E no entanto me acanha ao me olhar
Mas que se não vem me olhar
Me faz perder a visão - e a razão

(Nane - 16/02/2014)




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