Não delimito meus sonhos
Aos passos que posso dar
Sempre vou além do que minhas pernas
Conseguem traçar
E por vezes isso me custa caro
Mas insisto em viajar
Nos sonhos dos quais não consigo acordar
Os que convivem comigo
Me acham (mas não falam) insana
Olham-me atravessados
Como se eu fosse- num surto qualquer- lhes atacar
Então fingem me aceitar
E eu insisto em viajar
No meu altismo deliberado
Por vezes a solidão
Consome todo o meu humor
E extravaso sem censura
Nos versos que insisto em rabiscar
Feito poeta fingidor
Que não percebe a própria dor
Quando escreve alcoolizado
Meus sonhos povoam minha imaginação
E são tão e só meus
Que mais ninguém consegue entender
Quando num sorriso sem rir
Eu desdenho de mim mesma
Por saber que sonho em vão
Com as viagens que nunca irei fazer
(Nane - 28/12/2013)
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